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Acordeão podia ser mais famoso se os jovens se interessassem pela música popular
Andreia Sofia dinamizou festival de acordeão no Cartaxo

Acordeão podia ser mais famoso se os jovens se interessassem pela música popular

Dois acordeonistas do Cartaxo apaixonaram-se pelo instrumento e dedicam-se a promovê-lo.

Os jovens que se interessam pelo acordeão, um instrumento associado à música popular e ao folclore, mas que foi potenciado pela falecida Eugénia Lima, que compôs uma centena de temas, têm de alguma forma uma influência familiar para se interessarem pelo instrumento. Porque ele só, por si, a sua sonoridade e a conotação que tem, não são atractivos para os jovens, com mais ouvido para o Pop ou o Rock. Mas os que começam no instrumento de fole de origem alemã, acabam por se apaixonar por ele, como aconteceu com Andreia Sofia, 22 anos, que organiza com a ajuda dos pais o Festival de Acordeão do Cartaxo.
A jovem do Cartaxo, acordeonista e professora deste instrumento na Sociedade Filarmónica Cartaxense, começou a tocar porque a sua mãe gostava de acordeão. A mãe da acordeonista quando era mais nova que Andreia quis aprender a tocar este instrumento, mas foi impedida pelo pai, que achava que aquilo era coisa para rapazes. Andreia acabou por ser a herdeira do sonho da mãe e quando abriu a escola Sociedade Filarmónica Cartaxense, em 2005, foi a primeira aluna a inscrever-se. Andreia Sofia actualmente vive exclusivamente das suas actuações e das aulas de acordeão.
No festival que ela própria dinamizou, o público era maioritariamente mais velho. “A música popular obviamente não chama atenção dos jovens, mas também temos música moderna, música de jazz e música de Rock, e quando o acordeão é inserido vejo alguma atracção dessa parte”, explica Andreia que começou a tocar acordeão aos nove anos de idade.
Outro conterrâneo de Andreia e, além dela, o único da região a participar no festival, também se interessou pelo acordeão por influência do pai. Adriano Vieira, 22 anos, da freguesia da Lapa, começou a tocar aos sete anos de idade. Já tinha alguma tendência porque o pai também toca, mas o chamamento sentiu-o quando assistiu a um concerto de Eugénia Lima, considerada a maior acordeonista de todos os tempos, que somou oito décadas de carreira e que faleceu a 4 de Abril de 2014, com 88 anos. Adriano ainda não consegue viver só das actuações de acordeão, realçando que o seu público é maioritariamente de pessoas com mais de 40 anos.
Uma das condicionantes para que não existam mais jovens a preferirem este instrumento tem a ver, no entender de Andreia Sofia, com o facto de o acordeão ser um instrumento bastante complexo. “Não diria que é o mais difícil, mas é um dos mais difíceis, porque temos de coordenar a mão direita com a mão esquerda aliando o fole com a expressão do fole”, explica. Das primeiras vezes que tocou ao vivo com a rainha do acordeão, Eugénia Lima, a jovem disse que estava tão nervosa que nem sentia os dedos, mas Eugénia Lima descansou-a: “Não se preocupe, que toco há tantos anos e também me sinto nervosa”.

Acordeão podia ser mais famoso se os jovens se interessassem pela música popular

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