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A marca de roupa criada em Santarém que se afogou em dívidas depois da fama
As lojas de Américo Tavar tinham uma imagem arrojada

A marca de roupa criada em Santarém que se afogou em dívidas depois da fama

A Tavar começou em crise em 2008 e deixou de produzir em 2015 estando agora em insolvência

A Tavar foi uma marca de roupa criada em Santarém há quase trinta anos que chegou a ter várias lojas em vários pontos do país e que agora está em liquidação, na sequência da insolvência da empresa Tavar Criação e Comercialização Vestuário Lda. A marca chegou a vestir famosos como Luís Represas, Marina Mota, Fernanda Serrano, entre outros, e começou a definhar em 2008, mas ainda se foi aguentando com créditos bancários e reestruturações que não tiveram efeito. Ainda se tentou um plano de recuperação que também não resultou.
O Juízo de Comércio do Tribunal de Santarém decidiu em Abril liquidar a empresa perante os cerca de dois milhões e meio de euros de passivo e a falta de meios da empresa para pagar o montante da dívida. A insolvência foi pedida pelo BCP que tinha concedido créditos à Tavar Criação e Comercialização Vestuário Lda. Há ano e meio que se está para avançar com a dissolução da empresa e a venda do seu património, porque entretanto houve uma impugnação de créditos reclamados por alguns trabalhadores e pelo facto de haver dúvidas sobre se estes trabalhavam na empresa antes de 2001.
A marca que chegou a ter um atelier de alfaiataria no Edifício Capitólio, no Porto, tinha sido sujeita a um Plano Especial de Revitalização, que previa o pagamento do montante das dívidas em prestações e com uma carência de dois anos. Mas a empresa não pagou qualquer valor. No processo de insolvência a empresa refere que a qualidade das criações do fundador da marca, Américo Tavar, levaram-na a crescer até 2007.
Os problemas começaram com os primeiros sinais de crise económica no país, em 2008, em que as vendas da marca decresceram. Para fazer face a isso a empresa decidiu abrir mais três lojas para tentar melhorar os custos de produção e tentar aumentar os ganhos nas vendas. Mas a estratégia revelou-se errada e só fez com que a empresa se endividasse. No relatório do administrador judicial nomeado pelo tribunal, refere-se que de 2013 para 2014 houve uma quebra de vendas de cerca de 56 por cento. As vendas anuais passaram de 565.254 euros em 2013 para 208.108 em 2015.
Doze trabalhadores da empresa vieram reclamar créditos no valor total de cerca de 226 mil euros. A Tavar, que tinha sede no Bairro do Girão, em Santarém, várias lojas e um atelier em Angola, tinha um capital social de 250 mil euros. Américo Tavar detinha a grande maioria do capital da empresa, com 232 mil euros, e o restante estava distribuído por seis sócios, cada um com 2500 euros.
O administrador judicial, no seu relatório, refere que a situação económica da sociedade agravou-se devido à redução do volume de actividade, à elevada pressão concorrencial e à drástica diminuição das margens de lucro. Situações que não permitiram à empresa libertar meios suficientes para cumprir o plano e recuperação.

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