Os autarcas da freguesia de Castanheira do Ribatejo, no concelho de Vila Franca de Xira, querem que o município implemente um plano de dinamização cultural e turística do Monte dos Castelinhos, espaço arqueológico com mais de três mil anos que é considerado o mais importante do concelho vilafranquense.
Numa proposta apresentada na última assembleia de freguesia pela bancada do Partido Socialista, e aprovada por maioria com seis votos a favor e sete abstenções, ficou deliberado que a junta de freguesia apresente à assembleia, até ao final do ano, um plano de comunicação sobre a dinamização cultural da marca “Monte dos Castelinhos”, direccionado à população da freguesia e que a Câmara de Vila Franca de Xira possa apresentar à assembleia, também até ao final do ano, um plano para dinamização da marca “Monte dos Castelinhos”.
O documento defende também que a câmara e a junta de freguesia possam, em articulação, garantir ao longo da Estrada Nacional 1 e IC2 a implantação de placas sinalizadoras e identificativas da presença desse pólo arqueológico, desde Vila Franca de Xira até ao limite do concelho, devendo a junta “diligenciar também, junto da BRISA, a colocação de suportes com as mesmas características no troço da A1” que atravessa a freguesia.
A propriedade privada da Quinta da Marquesa, situada nas Quintas, conserva no seu topo os vestígios de um antigo povoado fortificado que terá sido habitado por humanos há mais de três mil anos. A toponímia antiga preservou a memória da existência de antigas vivências neste espaço denominando-o como Monte dos Castelinhos. As escavações iniciaram-se em 2008 e inserem-se dentro de um projecto de investigação do Museu Municipal de Vila Franca de Xira aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura. A área colocada a descoberto até ao momento revelou um conjunto urbano notável da época romana datado do século I a.C., composto por vários edifícios e áreas de circulação.
“A existência do Monte dos Castelinhos, sua história, importância e riqueza, não são do conhecimento da esmagadora maioria da população local e, ainda em menor escala, da população da Área Metropolitana de Lisboa e do País”, considera a proposta dos eleitos.