Incentivar a prática desportiva e criar nos jovens o gosto pelas bicicletas despertou o programa “O Ciclismo vai à Escola”, que agora chega ao concelho de Vila Franca de Xira. O protocolo para a sua implementação foi assinado no dia 17 de Outubro, entre a Câmara de Vila Franca de Xira, a Federação Portuguesa de Ciclismo e o Agrupamento de Escolas D. António de Ataíde, em Castanheira do Ribatejo.
Os alunos deste agrupamento receberam no mesmo dia 20 bicicletas e respectivos kits de segurança - material cedido pela Decatlon e a Federação de Ciclismo - para aprenderem a pedalar e receberem a formação necessária para o fazerem em segurança. Um inquérito aos alunos do Agrupamento de Castanheira do Ribatejo revelou que metade não sabe andar de bicicleta.
A formação vai começar pelos alunos do terceiro e quarto ano e a implementação pedagógica em todo o concelho fica à responsabilidade do Agrupamento de Escolas D. António de Ataíde, um dos sete agrupamentos pioneiros que desenvolvem este projecto em Portugal.
Helena Pereira, directora do Agrupamento da Castanheira do Ribatejo, sente orgulho em integrar o projecto inovador, que une o desporto ao recreio e lazer. Admitiu ainda que este “O Ciclismo vai à Escola” zela pelo ambiente e pela prática desportiva, num tempo em que é cada vez mais urgente “implementar a deslocação em meios de transporte amigos do ambiente” e combater a obesidade infantil.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira não poupou elogios ao agrupamento, que tem “sabido desenvolver o desporto escolar e criar condições para que haja sucesso desportivo”. Alberto Mesquita (PS) adianta ainda que com o alargamento do programa a todo o concelho espera ver mais jovens a circular de bicicleta nas ciclovias existentes.

Metade não sabe andar de bicicleta
O protocolo estabelecido resultou de um inquérito prévio, cujo resultado revela que 50 por cento dos alunos inquiridos, no Agrupamento da Castanheira do Ribatejo, não sabe andar de bicicleta.
Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, confessa que o resultado deste inquérito não é surpreendente nos dias de hoje e que esta falta de capacidade “contraria um estilo de vida saudável e ecológico”. O antigo ciclista profissional acredita que a solução pode estar neste programa que assume um “compromisso com o desporto, a educação e o ambiente” e que se prevê alargar ao nível nacional.
O professor responsável por implementar a prática do ciclismo na Escola D. António Ataíde, Luís Saldanha, explica que a “preocupação é o ensino do ciclismo” para que os jovens possam circular na rua em segurança. O professor de educação física fala ainda a O MIRANTE na possibilidade de o ciclismo vir a integrar os programas da disciplina a nível nacional.