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Falta de médicos encerra unidade coronária do Hospital de Santarém
Ana Infante, nova administradora do Hospital de Santarém, garante que tratamento de doentes cardíacos não está comprometido

Falta de médicos encerra unidade coronária do Hospital de Santarém

Situação deve-se à saída de clínicos para o privado e à redução de horário de outros

Administração do hospital avançou com recrutamento urgente de clínicos e, classificando o momento como de grande dificuldade, apela à colaboração dos especialistas que trabalham na região.

A falta de médicos cardiologistas em vários períodos já levou ao encerramento da Unidade Coronária do Hospital Distrital de Santarém (HDS) em alguns períodos de alguns dias. A situação tem vindo a agudizar-se num serviço que até há pouco tempo era de referência na região. A administração do hospital reconhece que a situação se deve “ao abandono de alguns profissionais, nos últimos anos”. A nova presidente do conselho de administração, Ana Infante, diz que estão a ser tomadas medidas que passam por uma nova direcção do serviço e já foi lançado um processo urgente de contratação de cardiologistas com o apoio da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
Ana Infante explica que o serviço perdeu mais um cardiologista neste mês e que outro, por ter mais de 55 anos de idade, pediu para suspender a prestação no serviço de urgência. A equipa “ficou reduzida a dois cardiologistas com tempo completo (40 horas), cinco com meio-tempo e cinco internos de especialidade (que não são autónomos para realizar o Serviço de Urgência). Destes apenas cinco se mantêm a fazer urgência e por isso a garantir a Unidade de Coronárias aberta 24 horas por dia”, explica a administradora.
Todas as vezes que não há especialista na unidade coronária, os doentes são transportados para a unidade de cuidados intermédios nas urgência ou para outros serviços. Esta situação está a criar uma má imagem deste serviço, que era tido como um dos melhores do hospital. O pior é que na região, num raio de cerca de 70 quilómetros, não há outro serviço do género. A unidade foi inaugurada em 2004 pelo então ministro da Saúde Luís Filipe Pereira, do Governo PSD de Santana Lopes, cerca de quatro meses antes da queda do Governo. O serviço foi financiado em cerca de 80% por fundos europeus.
Os deputados do PSD eleitos por Santarém, Duarte Marques, Nuno Serra e Teresa Leal Coelho, já vieram questionar o governo, através de requerimento na Assembleia da República. Os parlamentares querem saber o que vai ser feito para “garantir a continuidade deste importante serviço que é prestado aos cidadãos” e que “iniciativas irá o governo desenvolver para aumentar a atratividade do hospital na contratação de médicos”.
A administradora do hospital garante que não está comprometido o tratamento de doentes cardíacos, uma vez que além dos cardiologistas de urgência, o hospital dispõe da Unidade de Cuidados Intensivos, a Unidade de Cuidados Intermédios da Urgência e a Urgência de Medicina “a funcionar e articulados entre si”. Salienta ainda que sempre que se justificar os doentes podem ser transferidos para o Hospital de Santa Marta e apela à ajuda dos cardiologistas da região, dizendo “que apesar de afastados do HDS, poderão, caso decidam ajudar a população escalabitana, a constituir-se como um recurso essencial ao HDS nesta fase de grande dificuldade”.

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