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Drones estão na moda e afirmam-se como modalidade de aeromodelismo
Uma dezena de Pilotos juntaram-se no Centro Cultural do Bom Sucesso para dar a conhecer a modalidade

Drones estão na moda e afirmam-se como modalidade de aeromodelismo

Clube de Aeromodelismo de Alverca do Ribatejo quer cativar novos pilotos para a modalidade de Drone Racing.

Uma dezena de pilotos competiram em circuito fechado sob o olhar atento do público, no workshop dedicado à modalidade Drone Racing, em Alverca do Ribatejo. A iniciativa do Clube de Aeromodelismo de Alverca do Ribatejo (CAAR), em parceria com a Federação Portuguesa de Aeromodelismo (FPAm), pretendeu divulgar a modalidade e juntou uma dezena de pilotos de drone.
Com os óculos de pilotagem imersiva e um comando na mão, os pilotos de drone estão a mudar o conceito de desporto e a aterrar a grande velocidade no aeromodelismo. Em Portugal são mil os pilotos de aeronaves não tripuladas federados que praticam a modalidade e participam em campeonatos nacionais e internacionais.
A sensação, descreve o piloto Pedro Fonseca, é “altamente imersiva, cheia de adrenalina e liberdade”, como “se estivéssemos a bordo do próprio drone”, percorrendo virtualmente todos os obstáculos do circuito, através da câmara instalada na aeronave.
“Estamos a divulgar a classe de drones F9U, que integra o aeromodelismo, com o intuito de trazer novos membros para o nosso clube, fazendo assim parte do desenvolvimento desta nova modalidade desportiva”, revela a O MIRANTE o presidente da direcção do CAAR, Rui Fonseca.
No evento, que se realizou no Centro Cultural do Bom Sucesso, os pilotos realizaram uma prova de obstáculos em circuito fechado, pilotando os “Tiny Whoop” - os de menor dimensão dentro da classe de drones até 900 gramas. Neste tipo de provas vence quem conseguir o menor tempo na realização do percurso de obstáculos.
“Estes pequenos drones são utilizados em exclusivo para competição em espaços fechados e não requerem qualificação dos pilotos. São completamente inofensivos, não representando qualquer risco de lesão para pessoas ou animais, podendo até voar dentro de uma habitação”, explica o dirigente do CAAR.
Cláudio Oliveira, natural de Tomar, membro da Comissão Técnica da Federação Portuguesa de Aeromodelismo e piloto de drones, conta que a modalidade começou num grupo online, que sentiu necessidade de se expandir. Em 2015, passou a integrar a Federação Portuguesa de Aeromodelismo.
Desde então, explica o piloto, “a modalidade tem tido um grande crescendo em Portugal”, sobretudo “junto das camadas jovens”. Tem sido papel da FPAm “dinamizar e divulgar estes eventos, que dão a conhecer ao público” o novo desporto.
Segundo o director do património da FPAm Gilberto Iglésias, a aceitação da modalidade junto dos praticantes de aeromodelismo “não foi fácil”. Tudo por causa da “conotação negativa” que se criou em torno dos drones, com o avistamento destas aeronaves em aeroportos e a captar imagens em locais restritos.
Com estas acções realizadas em parceria com diversos clubes, a FPAm quer “desmistificar a utilização do drone no aeromodelismo” e provar que “não é um desporto exclusivo para elites”. Gilberto Iglésias sublinha que esta modalidade “exige um código de conduta e segurança” e que em breve será lançado um regulamento nacional.

Rui Fonseca

Voar tem regras

A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) lançou em 2016 o “Código Drone”, para regulamentar a “utilização do espaço aéreo pelos sistemas de aeronaves civis pilotadas remotamente”.
Para as “aeronaves brinquedo”, o regulamento estabelece que “não podem voar sobre pessoas”, estando obrigadas a “manter uma distância mínima horizontal, em relação a pessoas e bens, de 30 metros”. Os drones que atingem altitudes que possam interferir com a circulação aérea, são obrigados a “dar prioridade” a aeronaves tripuladas. Entre outros casos, o documento apela ainda ao “respeito da privacidade das pessoas” e proíbe o voo em “áreas restritas” ou onde decorram “acções e protecção de socorro”, sem autorização prévia do comandante da operação. Os drones com mais de 25 kg estão proibidos de voar sem autorização da ANAC.
Entretanto, o Governo aprovou o enquadramento legal que rege o uso de aeronaves não tripuladas (drones) e estabelece as regras de uso no espaço aéreo nacional. A proposta de lei divulgada após reunião de Conselho de Ministros, realizada a 3 de Janeiro, “consagra a adopção de mecanismos de prevenção que mitiguem o risco associado ao uso destes equipamentos e a capacitação das entidades com competência de fiscalização, de forma a garantir um controlo eficaz sempre que a operação de drones possa constituir uma ameaça para a segurança pública ou para o património natural protegido”.

Drones estão na moda e afirmam-se como modalidade de aeromodelismo

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