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Falar da próstata deixou de ser um tabu
Cerca de 150 profissionais de saúde marcaram presença nas jornadas de Urologia “Cruzar Olhares”

Falar da próstata deixou de ser um tabu

Profissionais de saúde cruzaram saberes e debateram opiniões nas Jornadas de Urologia realizadas no Entroncamento. Os homens nos meios rurais ainda demoram até manifestar queixas sobre a sua saúde, sobretudo se forem relacionadas com o trato urinário. O papel do médico de família é por isso primordial e o sistema urinário deve ser visto sem preconceitos.

Os problemas do trato urinário masculino, o cancro do rim e o cancro da próstata, estiveram em discussão perante uma plateia de cerca de 150 profissionais de saúde, a 25 de Janeiro, no Entroncamento. Médicos de vários centros de saúde e unidades de saúde familiar da Lezíria e do Médio Tejo responderam à chamada para as Jornadas de Urologia que, segundo Paulo Vasco, um dos médicos organizadores, obrigam ao debate e ao cruzar de opiniões e saberes.
Paulo Pé Leve, médico interno de urologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte, abordou os sintomas do trato urinário inferior, que podem ter diversas causas como o aumento do volume da próstata, doença neurológica (como Parkinson ou esclerose múltipla) ou infecções do trato urinário. E que se manifestam por deficiências de esvaziamento (diminuição do jacto urinário), de armazenamento (esvaziamento incompleto com mais de duas idas nocturnas à casa de banho) ou sintomas pós-miccionais.
O importante, realça, é apurar a história clínica e a sintomatologia do paciente, tentando diminuir os seus níveis de ansiedade, informando que grande parte dos sintomas não estão associados ao cancro da próstata.
Diogo Ferreira, médico de Medicina Geral e Familiar, em Fátima, destacou a importância dos cuidados primários e do médico de família, primeiro ponto de contacto entre paciente e médico. “Há vários fármacos à disposição dos médicos de família, só depois de se esgotarem as reacções medicamentosas se deve referenciar o utente para a urologia”, afirma o clínico.
Os cancros do rim e da próstata foram os temas a debate no programa de oncologia urológica. Pedro Melo, urologista na CUF, referiu que, no caso do rim, a cirurgia é o único tratamento curativo, contudo nem todas as massas renais devem ser sujeitas a operação. Catarina Gameiro, urologista no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, reforçou que um nódulo não significa um carcinoma e que se deve evitar o sobrediagnóstico.

Profissionais de saúde actualizam conhecimentos
Glória Matias, médica na Unidade de Saúde Familiar da Chamusca, veio para enriquecer conhecimentos e para apresentar dois casos clínicos no painel da tarde. De acordo com a médica, os pacientes têm agora mais abertura para abordar estes temas. Falar da próstata deixou de ser um tabu.
Joana Ferreira está a fazer o internato da especialidade de urologia em Fátima, tem 28 anos e quer aprender o máximo possível sobre o assunto para estabelecer uma melhor ligação com os pacientes. Na sua opinião o mais importante é saber orientar o doente.
Também em busca de orientação está Carla Mendes, de 39 anos. Com sete anos de enfermagem no serviço de urologia do Hospital de Tomar diz que estes espaços de reflexão são muito importantes para actualizar conhecimentos.

Falar da próstata deixou de ser um tabu

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