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É preciso fechar muita coisa para se poder lutar contra a desertificação!

Insurrecto Serafim das Neves

A Câmara Municipal da Nazaré anda há cinco anos a pedir ao presidente da Associação de Municípios do Vale do Tejo, entidade proprietária de um pardieiro em ruínas situado numa zona nobre daquela cidade, onde funcionou a colónia balnear de Santarém, para, pelo menos, mandar entaipar portas e janelas, mas é como se andasse a falar para uma parede.
O Presidente da associação, que também é presidente da câmara da Chamusca, Paulo Queimado, faz de conta que é surdo e os outros presidentes das restantes dezoito câmaras que são donas da casa em ruínas, assobiam para o lado, tentando imitar o vento da Praia da Nazaré em dias de tempestade.
Como os autarcas aqui da região gostam muito de ir de vez em quando à capital das ondas de surf gigantes, seja em família ou para fazer umas reuniões de trabalho e comer umas belas caldeiradas calculo que quando calha passarem pelos destroços da antiga colónia balnear torçam o nariz ao trabalho do desleixado autarca que permite uma coisa assim no seu município. E têm razão para o fazer porque nunca permitiriam tal coisa nos seus lindos e arranjados territórios.
E por falar na Chamusca e no sempre divertido Paulo Queimado, tenho a dizer-te que ele acaba de criar uma nova versão daquela cantiga dos “Peste & Sida” que dizia “Ao trabalho/ao trabalho/ Vão vocês/ Vão vocês/Vão vocês”.
Foi a propósito de uma manifestação que ele deseja que a população faça contra a falta de investimento do Governo, nas acessibilidades ao Eco Parque do Relvão, na Carregueira. Não sei se ainda te lembras da música mas a letra do refrão na versão Queimado, ficou assim: “À mánife/ À mánife/ À mánife/ À mánife/ Vão vocês/ Vão vocês/ Vão vocês/Vão vocês/Vão vocês”. É genial ou não é?
E material genial é o que não falta quando começamos a dar alguma atenção ao trabalho de alguns autarcas e autarquias. Genial ou fenomenal, como no Entroncamento onde, no início do ano a câmara municipal reconheceu e registou em acta, que não sabia quem estava a usar o bar da praça Salgueiro Maia que tinha sido concessionado a uma empresa que cessou actividade em 2016. E o bar fica ali a cinquenta metros do gabinete do presidente da câmara e num local onde decorrem regularmente iniciativas promovidas ou apoiadas pelo município e onde funciona um dos palcos das festas da cidade.
O mais curioso é que os elementos do executivo municipal, tanto da posição, como da oposição, em vez de fazerem uma pausa na reunião de 7 de Janeiro para irem até lá beber um cafezinho e ficarem logo a saber quem estava a usar o bar, optaram por criar “suspense”, tendo decidido mandar lá “os serviços”, para identificar o “ocupa”, digamos assim, “se necessário com o apoio da PSP”. Ora aqui está um belo exemplo na nossa sempre endeusada gestão autárquica!!!
As pessoas de São Miguel de Rio Torto, quando quiserem ir ao médico, têm que se deslocar ao Rossio ao Sul do Tejo. São apenas seis quilómetros para cada lado, deve ter pensado quem tomou a decisão. E é verdade. Quem é o doente daquela zona que não é capaz de fazer o percurso com uma perna às costas?
E o encerramento do posto médico veio criar a oportunidade de lançar mais uma medida de combate à desertificação. Vais ver se um dia destes não é criado um subsídio para a Junta da Freguesia comprar uma carrinha para levar o povo ao dótor... mas só o povo com rendimentos abaixo dos duzentos euros, que os outros bem podem usar a outra medida de combate à desertificação que é o transporte de táxi a pedido.
Eu lamento que haja tanta gente a protestar contra encerramentos de postos de saúde, estações dos correios, balcões disto e daquilo. Se não fosse assim como é que acham que seria possível lançar programas de combate ao despovoamento do interior? Cambada de contestatários!
Saudações descentralizadas
Manuel Serra d’Aire

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