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Última Página: O rio da nossa vida em Terra Franca

A jovem cineasta de Vila Franca de Xira, Leonor Teles, é a realizadora de Terra Franca, uma homenagem em forma de documentário a uma família de pescadores de Vila Franca de Xira com o Tejo, o rio das nossas terras e das nossas vidas, como cenário privilegiado.

Vila Franca de Xira ganhou uma cineasta que dá dimensão à terra e ao amor às raízes. Leonor Teles, 26 anos, a jovem cineasta que ficou conhecida pela realização de “Balada do Batráquio”, surpreendeu tudo e todos ao produzir Terra Franca, um filme documentário sobre a vida de uma família de pescadores, muito centrado na figura de Abertino Lobo, o patriarca, figura conhecida na terra e um homem que todos os dias vai ao Tejo deitar as redes para ganhar a vida. O filme está nos principais cinemas e tem tido uma boa aceitação do público. Decorre durante um ano de vida de Albertino Lobo e família e tem registos que ficam na memória e comovem pela sua autenticidade,

Vi o filme rendido às imagens e à arte de contar uma história de vida, porque tudo o que Leonor Teles aproveitou das mais de 100 horas de filmagens, das várias horas no barco com o pescador, são familiares, fazem parte do meu imaginário, e quase tudo diz respeito à minha terra, às minhas gentes e à memória que vou guardando das terras e das pessoas dos lugares onde nasci, vivo e trabalho.

Com a paciência com que diariamente, depois da pesca, Albertino Lobo arranja as redes, Leonor Teles montou um documentário de oitenta minutos de uma família de pescadores que nos representa a todos, ribatejanos, amantes do nosso território, das artes da pesca, da lezíria, do bairro e da charneca. Vi o filme com a sensação que estava a ver a minha vida a andar para trás, ao tempo em que fotografei e entrevistei um velho casal de pescadores que vivia numa barraca no Porto das Mulheres, na Chamusca, e fiz fotografia de família com os meus filhos que nessa altura me acompanhavam em alguns trabalhos de proximidade.

O cinema português começou bem o ano com este filme de Leonor Teles. Vila Franca de Xira fica a dever à cineasta da terra um documento valioso que já corre mundo e deixa rasto sobre a nossa identidade e o nosso território. JAE

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