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Está a ser penhorada por dívida que não contraiu
Carla Alcaparra de Benavente continua com a sua situação por resolver

Está a ser penhorada por dívida que não contraiu

Carla Alcaparra tem o seu nome na lista negra do Banco de Portugal por causa de um empréstimo de 39 mil euros, em 2009, que jura nunca ter contraído.

Uma jovem de 28 anos, residente em Benavente, viu serem-lhe penhorados da sua conta 115 euros no âmbito uma dívida que diz nunca ter contraído, relativa à compra de um automóvel em 2009.
Carla Alcaparra foi surpreendida pela penhora de créditos fiscais por parte do banco Santander Consumer Finance, para subtrair à suposta dívida no valor de 39 mil euros. Não tendo carta de condução nem nunca tendo visto o veículo em causa - um Peugeot 407 Executive – a queixosa já avançou com um processo cível no Tribunal de Évora, para provar que foi vítima de um crédito fraudulento.
Contactada por O MIRANTE, a GNR confirma que recebeu uma queixa de Carla no Posto de Benavente, tendo remetido a mesma para tribunal. Confirma ainda que a viatura paga com o crédito em nome da mulher se encontra em circulação. Registada no nome de um homem residente em Lisboa, a mesma viatura já teve outros três proprietários.
O imbróglio, que O MIRANTE já tinha relatado em Julho de 2018, continua a dar dores de cabeça à jovem que se vê impedida de adquirir qualquer crédito financeiro ou de registar bens em seu nome. “Estou num impasse. É como se estivesse presa, porque não posso passar bens para meu nome, correndo o risco de também serem penhorados”, lamenta. Actualmente desempregada, receia que se arranjar trabalho nos próximos tempos, o ordenado, ou parte dele, lhe seja penhorado.
Segundo Carla Alcaparra, o banco comprador da dívida de 39 mil euros diz que foi enviada uma missiva para a antiga morada de Carla Alcaparra, em Vale do Peso, no distrito de Portalegre, informando que o processo de execução da dívida ia avançar. “Carta que nunca chegou às minhas mãos. Até ver aquele valor deduzido não sabia que estava a ser penhorada”, critica, dizendo que vai avançar com uma acção judicial, numa tentativa de travar a penhora e provar que está a ser executada por engano.
Tal como O MIRANTE noticiou em Julho de 2018, a mulher residente em Benavente descobriu que foi vítima de burla quando, em 2017, se dirigiu a uma instituição bancária para contrair um empréstimo para a compra de uma casa, em Benavente. “Na altura, disseram-me que tenho o meu nome na lista negra do banco de Portugal e que por isso não posso contrair qualquer crédito”, explicou a
O MIRANTE.
Em 2009, Carla Alcaparra tinha apenas 17 anos, não trabalhava e residia na localidade de Vale do Peso, distrito de Portalegre. Foi nesse ano que alguém terá forjado a sua identificação, um recibo de vencimento de uma empresa onde nunca trabalhou e um comprovativo de morada, para a aquisição de um automóvel num stand em Évora.
Na fotocópia do Bilhete de Identidade que foi usada para adquirir o crédito automóvel, os últimos três dígitos não correspondem aos do cartão de cidadão de Carla Alcaparra, nem a data de nascimento está correcta. Segundo O MIRANTE apurou, a empresa de peças e serviço automóvel onde supostamente trabalhou como administrativa, a auferir mais de mil euros por mês, nunca empregou uma funcionária com esse nome.
Carla Alcaparra considera lamentável o facilitismo com que se contrai um crédito e compra um automóvel sem que a pessoa que faz a compra esteja presente.

Está a ser penhorada por dívida que não contraiu

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