Mulheres estão cada vez mais atentas aos perigos do cancro da mama
Hospital Vila Franca de Xira detecta uma centena de casos todos os anos. Das 42.061 análises realizadas pelo serviço de anatomia patológica do hospital, 1.835 dizem respeito ao cancro da mama. Maioria dos doentes tem entre 50 e 80 anos e oitenta por cento dos casos acaba em cirurgia. O diagnóstico precoce é a melhor arma contra a doença.
Nos últimos cinco anos o Hospital Vila Franca de Xira (HVFX) diagnosticou 462 casos de cancro da mama, a maioria a tempo de ser tratada e de se verificar uma remissão completa do tumor. Os dados foram avançados na manhã de sexta-feira, 1 de Fevereiro, durante uma conferência promovida pelo hospital dedicado ao tema “Cancro da mama: da imagiologia à patologia – uma relação de confiança”, onde marcaram presença mais de meia centena de profissionais da área, nacionais e estrangeiros e onde foram revelados dados estatísticos daquela unidade de saúde no que diz respeito ao combate a este tipo de cancro.
Todos os anos o HVFX detecta perto de uma centena de novos casos, revela Sofia Santos, do serviço de anatomia patológica daquela unidade de saúde. “Estamos a falar do primeiro cancro na mulher. No nosso hospital esta área está a funcionar bastante bem, as doentes são referenciadas para a consulta, depois são observadas, imediatamente enviadas para o diagnóstico, é feita uma biópsia, que depois é analisada e, na maior parte dos casos, na semana seguinte vêm à consulta já com o diagnóstico feito”, explica a responsável.
Segundo os dados, das 42.061 análises realizadas pelo serviço de anatomia patológica do hospital, 1.835 dizem respeito ao cancro da mama. 64 por cento (%) dos casos dizem respeito a mulheres com idades entre os 50 e os 80 anos. 21% dizem respeito a pessoas com menos de 50 anos. Os carcinomas invasivos são as neoplasias mais detectadas pelos técnicos, que garantem que em Vila Franca de Xira as respostas dadas às utentes são das melhores que se praticam no país.
No que diz respeito à terapêutica aplicada, 80% dos casos detectados nos últimos cinco anos acabam na realização de cirurgia, havendo também registo de cinco mortes, 22 casos de aplicação de quimioterapia e 19 casos de utentes que recusaram o tratamento. Em 14 casos houve uma remissão patológica completa, após 644 biópsias a 476 utentes (8 homens e 468 mulheres) que revelaram 374 casos de tumores malignos, em particular na mama, axila ou ambas.
Serviço tem equipamento inovador
Desde 2016 que o serviço de imagiologia do HVFX tem ao dispor uma nova ressonância magnética mamária, um equipamento específico que veio ajudar bastante os clínicos a proceder a um diagnóstico mais completo e eficaz de cada caso, revela Zita Seabra, responsável daquele serviço.
“Esse equipamento veio trazer uma outra forma de actuar, temos aqui tudo para operar as doentes e tudo é feito aqui no hospital. Notamos que há mais vindas ao hospital, há doentes a virem às urgências por terem, por exemplo, um nódulo”, explica a O MIRANTE.
Segundo a responsável as mulheres estão mais sensibilizadas para este tipo de cancro e cada vez mais atentas. Ainda assim, o diagnóstico atempado é decisivo para um combate eficaz à doença. “As senhoras devem ter atenção ao seu corpo e fazer as suas rotinas mamográficas. É o melhor exame para detectar precocemente o cancro”, alerta.