Bombeiros de Tomar deixaram de transportar doentes não urgentes por falta de pessoal
Presidente da câmara considera que principal missão dos soldados da paz é socorrer vítimas de acidentes e fogos.
A presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas (PS), defende que o transporte de doentes não urgentes deve ser assegurado por um serviço externo aos bombeiros. A autarca reiterou a sua opinião para justificar a decisão de, há alguns meses, ter sido decidido que os Bombeiros Municipais de Tomar deixariam de fazer esse tipo de transporte para os hospitais centrais. No entanto, os bombeiros nabantinos continuam a assegurar esse serviço para doentes que precisem de fazer hemodiálise ou fisioterapia.
O assunto foi levantado em sessão camarária pelo vereador José Delgado (PSD), que questionou a presidente sobre se pensava rever a decisão. Anabela Freitas explicou que um munícipe de Tomar paga exactamente o mesmo quer seja transportado pela corporação de Tomar ou outra. E referiu que a falta de bombeiros é a principal razão para essa tomada de decisão.
“Em 2015 admitimos dez elementos e agora abrimos concurso para entrarem mais 14 bombeiros e mesmo assim não temos elementos suficientes. O transporte de doentes não urgentes não é a missão dos bombeiros”, disse Anabela Freitas, referindo que enquanto não houver recursos humanos suficientes vai manter-se essa decisão. “Os bombeiros têm que estar disponíveis para ocorrer a acidentes e fogos para que possam salvar vidas. Essa é a sua principal missão”, sublinhou.
Para Anabela Freitas, a falta de pessoal nos bombeiros – que considera acontecer em todas as corporações do país – deve-se ao facto dos ordenados serem baixos. “Há poucas pessoas a concorrerem para os bombeiros porque os ordenados não são atractivos. Além disso, é preciso disponibilidade 24 horas por dia e a receberem o ordenado mínimo é óbvio que as pessoas perdem o interesse”, afirma.
Anabela Freitas recordou ainda que o orçamento para os bombeiros municipais sai do orçamento da Câmara de Tomar, o que é uma desvantagem para as autarquias que têm corpos de bombeiros municipais e não voluntários.