Obras do largo da Lamarosa dão dores de cabeça à população
Empreitada já devia estar concluída há cinco meses. Presidente da Câmara de Coruche já reuniu com a administração da empresa e esta comprometeu-se a terminá-las até 15 de Março. Empreiteiro confessou estar envergonhado com o que se passa.
O impasse das obras no largo da Lamarosa, no concelho de Coruche, está a dar dores de cabeça tanto à população como ao comércio local e à paróquia. A empreitada, que devia ter ficado concluída em Setembro do ano passado, tem andado a conta-gotas e estima-se que ainda falte executar metade dos trabalhos previstos.
O facto das obras não estarem vedadas não oferece qualquer segurança à população. Além disso, está a roubar lugares de estacionamento a quem pretende ir ao café e a obrigar que os caixões façam um trajecto maior para entrar na igreja, devido ao mau aspecto em que se encontra a entrada principal do templo.
O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira (PS), reuniu-se na última semana com a administração da empresa Nau XXI – Engenharia & Construções, Lda, à qual foi adjudicada a requalificação do largo, tendo o empreiteiro assumido que a obra estaria concluída a 15 de Março.
“Não sei se é deste ano ou do próximo, mas vamos ver. Nós pressionámos a empresa referindo que queríamos inaugurar as obras no dia 25 de Abril”, adiantou o autarca a O MIRANTE, acrescentando que o próprio empreiteiro disse que tinha vergonha do que se estava a passar na Lamarosa. “Quando isto se passa, é complicado”, realçou.
Obras geram críticas
Jerónimo Américo, 58 anos, reside na Lamarosa desde que nasceu. O trabalhador na área da construção civil confessa que tudo está mal naquelas obras, a começar pela falta de vedação. “Qualquer criança que passe aqui, basta encostar-se aos ferros e pode aleijar-se. E depois, de quem é a culpa?”, questiona.
A falta de estacionamento e o fecho sem aviso prévio da rua em frente ao café da localidade – junto ao largo – são outros dos problemas apresentados por Jerónimo Américo, referindo que o próprio estabelecimento já ficou sem parte do toldo à conta disso. Um autocarro estava a passar logo de manhã e não deu conta que a estrada estava interrompida porque os sinais de aviso estavam mal colocados. “Foi obrigado depois a desviar e foi nessa altura que estragou o toldo do café”, conta o residente da Lamarosa, apontando para outras situações como o estado em que se encontra o acesso à escadaria, em frente à igreja.
A obra de requalificação do largo da Lamarosa iniciou-se em Setembro de 2017 e o seu prazo de execução era de um ano. A empreitada, adjudicada à empresa Nau XXI – Engenharia & Construções, Lda. pelo valor de 498.777 euros, visa melhorar a circulação de pessoas e veículos nessa zona. Apesar de já ter ultrapassado em cinco meses o prazo de execução, até agora a autarquia ainda não decidiu aplicar nenhuma multa à empresa.