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Vendedores ponderam acabar com os seus negócios
Emília Lopes

Vendedores ponderam acabar com os seus negócios

Lojistas e vendedores renitentes em serem deslocalizados para o antigo pavilhão do artesanato, no Campo Infante da Câmara, enquanto durarem as obras no mercado

Francisco Silva
João Rolaça

Os lojistas e vendedores do mercado municipal de Santarém estão divididos quanto à continuação dos seus negócios quando começarem as obras de requalificação do recinto, mostrando-se avessos à deslocalização transitória dos seus negócios para o antigo pavilhão do artesanato, no Campo Infante da Câmara, durante a empreitada. Em causa está a falta de condições desse edifício, o pouco espaço estabelecido para cada lojista ou vendedor e a localização do pavilhão, longe do centro da cidade.
José Rolaça é talhante e ocupa duas lojas há 30 anos no mercado. O empresário conta que, para já, não quer tomar nenhuma decisão precipitada antes da reunião entre os comerciantes e o município. Mas, se a câmara for irredutível acerca do espaço e não oferecer as condições necessárias, terá de acabar com o negócio. “Nestes últimos meses já fecharam dois talhos no mercado. Hoje um café encerra portas. Os comerciantes estão aos poucos a desistir disto e o pior é que a câmara parece nem querer saber”, refere o talhante.
Também Francisco Silva mostra desinteresse em continuar o seu negócio caso tenha de ir temporariamente para o pavilhão do artesanato. Para o vendedor de peixe, que ocupa uma banca há quatro anos no mercado, além do espaço alternativo não apresentar as mínimas condições para receber os vendedores, fica num local fora de mão para os clientes. “Quando a câmara escolheu o local esqueceu-se que a maioria das pessoas que faz compras no mercado é idosa e residente no centro da cidade. É óbvio que têm dificuldades em ir ao pavilhão. Mas vamos ver o que sairá da reunião”, admite Francisco Silva a O MIRANTE.
Emília Lopes vende hortaliças legumes e frutas há 35 anos no mercado. Diz que, apesar de ser a favor das obras de requalificação do mercado, se a obrigarem a ir para o pavilhão de artesanato vai desistir do negócio. “Durante todos estes anos, vendi neste edifício. E, mesmo tendo começado a receber a minha reforma, marcava aqui sempre presença todos os dias. Agora, se a autarquia insistir para ir para lá, vou ter de acabar com o meu negócio”, revela a vendedora, apontando como um dos maiores problemas a localização do pavilhão, no Campo Infante da Câmara. É verdade que, afirma, o local tem estacionamento, mas até chegarem lá, os clientes já passaram por vários cafés e supermercados. “Depois, em vez de fazerem compras no mercado, fazem nesses locais”, garante.

Vendedores ponderam acabar com os seus negócios

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