Paulo Farropo, de 47 anos e residente em Frade de Cima, Alpiarça, que tentou matar a mulher, queimando-a, sofria de uma depressão há algum tempo, desde que tinha ficado sem emprego. O agressor, que acabou por se suicidar em casa após incendiar a mulher com recurso a um maçarico, já tinha estado internado na psiquiatria do Hospital de Santarém.
A patrulha da GNR de Alpiarça já tinha estado na residência no início de Maio, chamada pela mulher, Rute Raposo, que se queixava que o marido a chateava por ela querer o divórcio. Não foram relatadas situações de agressões físicas e a vítima apenas queria que o marido tivesse acompanhamento.
O caso ocorreu pelas cinco da manhã de sábado, 1 de Junho. Rute Raposo tinha acabado de chegar a casa, quando o marido entrou numa discussão acesa com ela. Foi nessa altura que o ex-contabilista da empresa Electrotejo regou a mulher com álcool e depois meteu-a dentro do carro, pegando-lhe fogo, tudo em frente aos filhos de 9 e 17 anos.
Manuel Carapinha, vizinho da vítima, conta a O MIRANTE que começou a ouvir gritos e foi quando se apercebeu que o veículo que estava em frente à habitação do casal estava em chamas. Assim que saiu de casa para acudir vê Rute Raposo a correr juntamente com os seus filhos, vestidos de pijama, para a sua casa. A filha de Manuel, que é enfermeira, começou logo a fazer-lhe os primeiros curativos.
Depois de avisar as autoridades, Manuel Carapinha dirigiu-se até à casa do casal e ainda conseguiu falar com Paulo Farropo, que lhe apareceu visivelmente nervoso e com um martelo na mão. “Apenas lhe disse para ele ter calma e que tudo se ia resolver”, conta, referindo que este se barricou na habitação e acabou por se enforcar na garagem. Rute sofreu queimaduras graves na zona do peito, tendo sido transportada para o Hospital de Santarém e, mais tarde, transferida para o Hospital de São José, em Lisboa, onde se encontra internada.
Manuel Carapinha tinha reparado que Paulo andava muito em baixo antes de se dar a tragédia. “Ainda lhe perguntei o que se passava, mas ele falou pouco comigo. Apenas me disse que estava desempregado e as coisas não estavam bem”, adianta. Paulo Farrapo era natural de Alpiarça e trabalhou como contabilista durante vários anos na empresa Electrotejo, em Almeirim. Quem o conhecia diz que Paulo era uma pessoa reservada e pouco sociável.