A nova vida do União Desporto e Recreio de Vila Nova da Rainha
Novo presidente da direcção, Edmundo Ramos, quer reerguer a colectividade que esteve três anos a ser gerida por comissões administrativas. A aposta vai para a melhoria e rentabilização das instalações e para o futebol de formação.
Depois de três anos a ser gerido por comissões de gestão, o União Desporto e Recreio de Vila Nova da Rainha conseguiu finalmente eleger, a 19 de Julho, uma direcção para o próximo biénio. A única lista apresentada é encabeçada por Edmundo Ramos que aceitou o desafio para evitar o fim da colectividade com 58 anos de vida e que tem vindo a perder o fôlego.
O que resta do futebol é apenas uma equipa de veteranos, com 30 jogadores, os únicos a pisar o relvado sintético que custou há cerca de uma década 320 mil euros ao clube e à Câmara de Azambuja. “Não faz sentido um clube com estas condições estar parado. Temos um campo excelente que está subaproveitado”, sublinha.
Para já, o futebol sénior não é uma prioridade, com o dirigente a preferir apostar no futebol de formação. “Se achar que o clube não tem capacidade financeira para implementar o futebol sénior não o irei fazer. Prefiro formar jovens, vê-los a ganhar gosto pelo associativismo e se saírem para clubes maiores, isso só me trará mais orgulho”, afirma Edmundo Ramos, assegurando que na época de 2020/2021 o clube arranca com o futebol de formação.
Futebol sénior levou ao descarrilamento financeiro
O clube foi durante anos o maior projecto desportivo do concelho de Azambuja, com uma forte secção de taekwondo - que deixou de estar ligada ao clube - e todos os escalões de futebol de formação, mas a crise financeira e direcções instáveis abalaram a sua actividade. Edmundo Ramos opta por não lançar críticas aos dirigentes que o antecederam, mas não vacila ao atribuir ao futebol sénior a culpa pelo descarrilamento financeiro. “Foi altamente prejudicial porque sai caro manter uma equipa na distrital, com os jogos a custar em média 400 euros e a gerar receitas de apenas 80 euros”, aponta.
As conversas de corredor de que o clube ainda estaria com graves problemas financeiros não o afastaram da ideia de querer assumir o comando. “Tinham-me vendido que o União estava endividado e para fechar, o que não é verdade. As dívidas estão saldadas e o clube tem uma situação financeira confortável”, esclarece a O MIRANTE, apontando que não quer dar um passo maior que a perna, muito menos cometer as loucuras do passado.
O pavilhão e estruturas contíguas ao campo de futebol, como portões e bancadas, estão a precisar de obras urgentes e a estratégia para gerar receita já está a ser posta em prática, com protocolos assinados com duas equipas do concelho vizinho de Alenquer, para utilização do campo e do pavilhão gimnodesportivo. O dirigente acrescenta que a meta é fazer com que o UDR deixe de ser meramente um clube de futebol e possa englobar outras modalidades. “Quero trazer para cá aquilo que as pessoas quiserem”, afirma, explicando que vai pedir à população que apresente projectos desportivos à nova direcção.
Os novos dirigentes
O UDR tem como vice-presidente Pedro Marques e como tesoureiro Vitor Carrilho, os dois elementos que compunham a antiga comissão. Carla Oliveira e Marco Mateus também são vice-presidentes e Nuno Lopes é o secretário. A assembleia-geral é liderada por Rui Pinto e tem João Costa como vice-presidente e Ana da Silva como secretária. A presidir ao conselho fiscal está Joaquim Manteigas que tem Natércia Serranito como vice-presidente e Tânia Paixão como relatora.