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Jogos rurais e outras refregas de fazer corar uma varina

Fulgurante Manuel Serra d’Aire
No último email tinha-te dado conta do meu desencanto após descobrir que um candidato a deputado do PSD por Santarém chamado João Moura afinal não era o carismático cavaleiro tauromáquico. Situação que me deixou deveras desconsolado, pois já tinha a caneta afiada para pôr a cruz no quadradinho dele como bom aficionado que sou.
Entretanto, fiquei a saber que o Aliança, aquele novo partido criado pelo Santana Lopes, vai ter como número 2 da lista por Santarém o matador de touros Pedrito de Portugal. Exultei e gritei um sonoro Olé!, porque afinal havia mais vida para além do Moura e porque não é todos os dias que temos verdadeiras figuras nacionais a animarem a campanha por estas bandas. Que me recorde, a última figura de topo que andou em campanha por cá foi o agora reformado da política Miguel Relvas, que entretanto se dedicou aos estudos e virou homem de negócios.
Infelizmente, por cá não aparecem nomes sonoros ou polémicos das artes, do desporto ou de outros sectores da vida pública com visibilidade acrescida (como chefs de cozinha, por exemplo) ou mesmo réplicas ribatejanas da popular Cicciolina que fez furor na política italiana do último quartel do século XX. Por isso, que o Pedrito seja bem-vindo às lides.
E já que estamos no campo das touradas, parece que houve sarrafusca da grossa numa reunião do PSD entre o presidente da Câmara de Santarém Ricardo Gonçalves e o vice-presidente do partido, Nuno Morais Sarmento. E tudo por causa das listas para as legislativas. Sarmento quer enfiar a martelo na lista o seu protegido Duarte Marques e Ricardo não quer ver preterido o seu aliado de sempre Ramiro Matos. Rezam as crónicas que o palavreado roçou o nível do carroceiro e que a coisa esteve quase a descambar em pancadaria. E como Sarmento já praticou boxe, ainda bem que a coisa não deu para o torto. A Câmara de Santarém arriscava-se a ter o seu presidente de baixa uns dias por KO técnico...
Ainda no campo das refregas, também não posso deixar passar em claro o que se passou nos Jogos Rurais de Vale de Cavalos, na Chamusca, que terminaram abruptamente após um funcionário do município ter sido agredido à chapada por um atleta que, na sua rústica ingenuidade, terá julgado estar num daqueles torneios medievais em que valia tudo menos tirar olhos. A meu ver, o suposto agressor, que entretanto deu à sola, revelando ser exímio praticante da modalidade de bate e foge, tem atenuantes de sobra para o seu desempenho mais arrebatado. Afinal de contas, em Jogos Rurais não se podem esperar comportamentos urbanos. Isso é no bridge e no xadrez.
Um bombeiro de Coruche deixou um pungente lamento nas redes sociais acerca da ração que lhe calhou numa madrugada de fogo lá para as bandas de Mação. E com toda a razão! Uma sandes, um pêssego e uma garrafa de água para quem anda a combater as chamas não é farnel que se apresente. E depois queixam-se que os incêndios levam que tempos a ser extintos. Quem é que tem força para agarrar na mangueira em estado de subnutrição?
Saudações taurinas do
Serafim das Neves

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