A propósito do deputado António Filipe, um veterano na Assembleia da República, uma vez que já é deputado há trinta anos, tenho a dizer que já fui contra estas situações mas que mudei de opinião e já não me choca esta permanência em cargos políticos.
Não me refiro apenas ao caso do parlamentar do Partido Comunista Português mas a todos os que estão em idêntica situação. Cheguei à conclusão que, nos tempos actuais, a maior parte dos cidadãos mais jovens que chegam à política, escolhidos por directórios dos seus partidos (que são constituídos a maior parte das vezes por uma mão cheia de militantes), são inexperientes; são muito fraquinhos e tendem, na maior parte dos casos, a reproduzir os piores tiques dos piores políticos da actualidade.
No caso dos autarcas continuo a aceitar a lei de limitação de mandatos uma vez que, ao contrário dos deputados, um presidente de câmara tem poder efectivo e prático e tem a possibilidade de decidir sobre contratos, compras, admissão de pessoal, etc, etc... A sua perpetuação no Poder é de evitar pelos riscos que acarreta. Há muitos autarcas sérios mas também há alguns pouco sérios e a experiência já nos ensinou que autarcas menos sérios podem influenciar eleitores de várias formas para serem reeleitos vezes sem conta.
Não é por acaso que se diz que um presidente de câmara só perde umas eleições se for completamente inábil e incompetente ou se tiver cometido erros graves.
José Mendonça Fortes