uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Primeiro compra-se e depois avalia-se a legalidade do negócio
Caso da compra de um imóvel ao vereador socialista Manuel Romão continua em cima da mesa do executivo da Chamusca

Primeiro compra-se e depois avalia-se a legalidade do negócio

O caso da compra, pela Câmara da Chamusca, de um imóvel a um vereador socialista ainda está a dar que falar. Mais de um mês após a proposta ser aprovada pelo executivo é que o presidente do município, Paulo Queimado (PS), pediu aos advogados da câmara para analisarem o processo.

O presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado (PS), enviou para o departamento jurídico do município o processo da compra, pela autarquia, de um imóvel ao vereador socialista Manuel Romão. O objectivo é aferir a legalidade do negócio, que pelos vistos levanta dúvidas ao próprio autarca. “É melhor ver este caso com muita atenção. Vale mais precaver, já que andam à caça às bruxas”, referiu Queimado na reunião de câmara de terça-feira, 30 de Julho. O assunto foi abordado pelo vereador do PSD Rui Rufino, já no final da reunião.
Tal como O MIRANTE noticiou, o negócio envolveu bastante polémica, e levantou questões de ética e moral, por se tratar de uma compra a um vereador da autarquia, ainda que apenas em regime de substituição. A oposição, que votou contra a proposta, falou em promiscuidade e favorecimentos pessoais, tanto nas reuniões de câmara como na assembleia municipal. O facto de não haver qualquer estudo ou projecto prévio que sustentasse a aquisição do imóvel foi outra das críticas apontadas pela oposição.
A aquisição do imóvel foi feita no dia 18 de Junho, numa reunião de câmara em que o próprio vereador Manuel Romão (dono do imóvel em causa) participou em substituição de Rui Ferreira (PS), que se encontrava de férias, tendo assistido à votação para compra do seu próprio imóvel, pelo valor de 80 mil euros. Refira-se que Manuel Romão não participou na votação.
Por essa razão, Paulo Queimado viu-se mesmo obrigado a utilizar o voto de qualidade para desfazer o empate a dois no executivo entre os votos favoráveis do PS e os votos contra da oposição. O edifício, localizado a escassos metros da câmara, foi adquirido, segundo Paulo Queimado, para servir de arquivo histórico e municipal.
Poucos dias depois do assunto se ter tornado público, Manuel Romão falou a O MIRANTE e confidenciou o desconforto que sentiu ao estar presente na reunião que envolvia a compra do seu próprio prédio. O vereador em substituição disse mesmo que a sua vida na política tinha durado uma hora e terminado para sempre.

Primeiro compra-se e depois avalia-se a legalidade do negócio

Mais Notícias

    A carregar...