Rua esquecida em Vialonga precisa de melhorias há vinte anos
Residentes sentem-se desapontados por verem os problemas por resolver ano após ano. Falta de limpeza do mato perto da ribeira representa um elevado risco de incêndio e já houve um susto este ano.
Postes de comunicações em mau estado, arruamentos incompletos e com betuminoso deteriorado, abatimentos no pavimento, falta de muros de contenção de terras, passeios em mau estado ou inexistentes e um esgoto a céu aberto são alguns dos problemas que existem na Rua Doutor Sousa Martins, em Vialonga.
Problemas que quem ali vive há quase duas décadas espera ver resolvidos. Em Janeiro, 42 moradores daquela artéria realizaram um abaixo-assinado a pedir à câmara municipal que resolva o problema mas nada aconteceu. Na última semana lançaram uma carta aberta a reforçar as exigências às entidades competentes para que possam fazer alguma coisa para melhorar a zona.
O construtor dos lotes faliu e deixou vários trabalhos por concluir que nunca foram reivindicados pelo município, incluindo a construção de um muro de contenção de terras junto a uma linha de água que está a abater e a levar consigo parte da estrada. “As moradias do lado oeste encontram-se desprotegidas em relação à linha de água. Existem fundações de casas desprotegidas e à mercê das intempéries”, lê-se no documento. Os moradores temem uma catástrofe se houver um abatimento.
Apesar da proximidade de zonas verdes, a rua não tem uma única boca de incêndio, situação que meteu a nu as fragilidades do local, quando em Junho um incêndio afectou uma zona próxima das casas e obrigou os moradores, com água das suas próprias habitações, a molhar o mato junto à ribeira para evitar que as chamas pudessem chegar perto.
“No fundo os moradores sentem-se abandonados e desapontados por nada ter vindo a ser feito ao longo de todos estes anos”, lamenta a O MIRANTE Edgar Zigne, o primeiro subscritor do abaixo-assinado. O morador garante que a intenção dos moradores é não baixar os braços até que os problemas principais daquela rua sejam resolvidos.
O presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, José António Gomes, admite que a situação “é um imbróglio” que o município de Vila Franca de Xira tem de resolver, já que as competências da junta não permitem que esta avance. O autarca tem conhecimento das queixas mas pouco poder para intervir. “Da nossa parte já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para poder ajudar os moradores”, explica.
O presidente do município, Alberto Mesquita, já havia explicado, em reunião de câmara, que o processo está a ser acompanhado pelos diferentes departamentos municipais, dada a complexidade de algumas das situações por resolver. O autarca diz que o município “está com intenção de ter em consideração as reivindicações dos moradores” para os resolver mas reconhece que é preciso tempo e que nem tudo se conseguirá tratar no imediato.