O campo de futebol das antigas escolas da Armada em Vila Franca de Xira, próximo do heliporto e do pavilhão, é a solução escolhida pelos dirigentes do Alhandra Sporting Club (ASC) para substituir o degradado campo da Hortinha, em Alhandra. Neste velho campo têm treinado em más condições perto de uma centena de jovens.
Para que a nova localização possa ter luz verde resta agora a aprovação final do município, que é o dono das antigas escolas da armada. A aceitar criar ali uma alternativa à Hortinha, a câmara terá também de investir no local para o dotar de um relvado sintético, iluminação e a colocação de contentores ou outras estruturas de apoio que permitam a prática desportiva, já que o espaço tem estado ao abandono há pelo menos uma década.
Os dirigentes do Alhandra propõem a celebração de um contrato de cedência do espaço com a duração mínima de dez anos. O assunto deverá ir a uma das próximas reuniões de câmara, no final do Verão. A expectativa dos dirigentes é que o acordo possa ser selado até ao final do ano e que se encerre a longa novela em torno do futuro do campo da Hortinha. O campo da armada, paredes meias com a falida Cimianto, foi uma das três propostas enviadas pela câmara ao clube, como forma de fechar um imbróglio que já dura há 19 anos (ver caixa).
Rui Macieira, presidente do ASC, explica a O MIRANTE que o campo da Hortinha acabou e que já não tem quaisquer condições para continuar a ser usado. Como a direcção já estava desgastada com este assunto foi criada uma comissão só para tratar da substituição do campo. O presidente da Junta de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, Mário Cantiga, tem mediado as negociações entre o clube e a câmara.

Dezanove anos de complicações

O Alhandra Sporting Club tinha um terreno para construir o seu novo campo de futebol na Cruz de Pau, mas no ano 2000 aceitou uma proposta da câmara para passar o terreno para a posse da câmara e esta, à troca, construía-lhe o campo de futebol num outro lugar. A promessa foi assumida por escrito mas nunca concretizada.
Há dois anos, no que se pensava ser o capítulo final da história, o município comprou um terreno de 10.200 metros quadrados junto às piscinas de Alhandra, que era da antiga Cimianto, com o objectivo de construir o campo de futebol. Mas o clube ficava com a obrigação de o descontaminar, por conter resíduos de amianto. O custo dessa operação era demasiado elevado e o caso voltou a emperrar. O presidente do clube explica que os terrenos na Cimianto têm de ser descontaminados na totalidade porque senão haverá uma parte limpa rodeada de amianto.