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Os autarcas e os governantes têm que ser sérios quando falam de investimentos

Acabo de ler uma noticia que diz que o município de Almeirim investiu um milhão e duzentos mil euros na substituição da iluminação pública por outra com lâmpadas LED. Mas depois acrescenta que aquele investimento teve uma comparticipação de 95% do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Ou seja, a verdade é que o município vai investir, em termos de dinheiro próprio, sessenta mil euros.
Este é um pequeno exemplo do que se passa no país onde mais de 80% do investimento público é financiado por fundos comunitários. As estradas onde passamos, a água que bebemos, o tratamento de resíduos sólidos, os hospitais, as creches, os lares, as escolas profissionais, tudo resulta de uma elevada percentagem de dinheiro do orçamento da União Europeia.
É verdade que Portugal contribui para o Orçamento da União Europeia e recebe a sua percentagem de fundos mas há um excessivo peso do dinheiro da União Europeia no nosso investimento público. Além disso, quando um ministério ou uma autarquia anunciam investimentos falam do investimento global, quando a maior parte do dinheiro não é gerado por receitas próprias mas pelos chamados fundos comunitários.
Esta questão leva-me a reflectir sobre o nosso comportamento face à Europa e sobre as críticas que alguns fazem de perda de soberania nacional. A nossa participação nas eleições europeias foi mais miserável do que realmente foi, se tivermos em conta esta realidade do nosso investimento público só existir por causa da União Europeia. Quanto à perda de soberania nacional, estamos conversados. Basta a constatação que Governo e autarquias não fazem nada sem fundos comunitários.
Jorge M. Guilherme

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