A Câmara de Benavente vai usar um canhão lança redes para apanhar pombos, atenuando dessa forma os efeitos do excesso de aves nas zonas urbanas do concelho. O uso de redes, lançadas através de um equipamento próprio já foi usado em municípios como Loures e Lisboa e permite a captura de muitas aves simultaneamente.
O novo método vem na sequência de outros a que a Câmara de Benavente já recorreu e que se revelaram pouco eficazes. Entre as medidas já testadas esteve o uso de gaiolas, com comida e água instaladas em algumas zonas do concelho, para facilitar a captura destas aves e as transportar, posteriormente, para longe das zonas habitacionais. Uma arma de combate que, segundo o presidente da autarquia, Carlos Coutinho CDU), não surtiu grande efeito.
O autarca, que anunciou a decisão de utilizar redes na reunião do executivo realizada a 5 de Agosto, considera a proliferação de pombos, a par da proliferação de baratas (ver caixa), uma das situações que mais problemas está a causar à população. “Já tentámos vários métodos para reduzir o problema, mas não vamos desistir de combater esta grande praga que se faz sentir em Benavente”, declarou.
O facto de Carlos Coutinho não revelar o destino a dar aos pombos capturados terá a ver com as diversas sensibilidades dos munícipes. Há quem defenda que os mesmos devem ser libertados em zonas rurais mas também há quem seja defensor do seu abate uma vez que, após libertados, muitos voltam às zonas urbanas.
As aves estão por todo o lado mas especialmente nas zonas mais urbanas de Benavente e Samora Correia, em particular no bairro Ribasor e Arneiro dos Corvos, onde os moradores sofrem com os efeitos nefastos provocados pelos dejectos e ninhos destes animais, que entopem os sistemas de escoamento das suas habitações, sujam os beirais de janelas e varandas e as suas viaturas. Os pombos são igualmente uma ameaça para a saúde pública, podendo transmitir doenças como criptococose e a histoplasmose, por exemplo.
Sensibilizar a população para não alimentar os pombos, continua a ser também um processo importante para controlar a propagação em meio citadino. O presidente da câmara diz que a existência de grandes áreas agrícolas no concelho funciona como chamariz.
O excesso de pombos tem afectado vários núcleos urbanos da região e tem sido notícia com alguma frequência nas páginas de
O MIRANTE. No concelho de Vila Franca de Xira, sobretudo em Castanheira do Ribatejo, Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira e Alverca, os pombos são objecto de constantes queixas das populações e também Santarém tem sofrido com a sobrepopulação daquelas aves, especialmente no centro histórico da cidade.

Cinco mil caixas de águas residuais limpas por causa das baratas

O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, diz que a praga de baratas está controlada, mas é cada vez mais difícil de tratar. O autarca considera que as normas estabelecidas pela União Europeia sobre os insecticidas que podem ser aplicados estão cada vez mais apertadas, o que dificulta o acesso a um que tenha a taxa de eficácia pretendida. Esse motivo obriga a acções mais regulares.
Actualmente está a ser feito um trabalho exaustivo de desbaratização nas caixas que recebem águas residuais e pluviais, em parceria com a empresa intermunicipal, Águas do Ribatejo, tendo sido limpas nos últimos meses cerca de cinco mil daquelas caixas.
As freguesias onde a presença de baratas é mais significativa são Samora Correia e Benavente, mas o problema também afecta algumas localidades da freguesia de Santo Estêvão.