Os vereadores do PSD e do Bloco de Esquerda na Câmara de Torres Novas insurgiram-se contra o apoio à igreja católica para a aquisição de um espaço destinado a casa mortuária na Meia Via, onde os velórios actualmente são feitos na igreja. O social-democrata João Quaresma e a bloquista Helena Pinto criticaram o facto de o município dar dinheiro a uma entidade que vai assim aumentar o seu património e criar riqueza. Mas na altura da votação os dois vereadores não tiveram coragem de votar contra e optaram por abster-se.
A Fábrica da Igreja Paroquial de Nossa Senhora de Monserrate solicitou uma comparticipação sem indicar um valor e o presidente do município, Pedro Ferreira, sugeriu uma contribuição de dez mil euros, que acabou por ser aprovada pela maioria socialista. O vereador João Quaresma foi o mais crítico, dizendo que este apoio era uma forma de “pôr dinheiro nas mãos da Igreja para criarem riqueza própria”. Helena Pinto disse ser a favor de se atribuírem apoios a instituições, desde que não seja para a Igreja adquirir imóveis.
O valor do imóvel em causa é de quarenta mil euros e situa-se num espaço anexo à igreja. O presidente da câmara defendeu o apoio financeiro, justificando que esta é uma forma de garantir a dignidade, o bem-estar e o conforto dos que se confrontam com a dor da morte.
Já depois desta situação foi colocado à votação um outro subsídio à Igreja, mas desta vez para a realização de escavações arqueológicos no Edifício do Salvador, no âmbito de um projecto de recuperação do espaço. Foi aprovada a contribuição de seis mil euros e neste caso Helena Pinto, que tinha proposto metade do valor, acabou por votar a favor. João Quaresma manteve a abstenção. O projecto de requalificação do Edifício do Salvador prevê a instalação de um auditório para cerca de quatrocentas pessoas, salas de reuniões e a nova sede dos escuteiros, entre outras valências.