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Só investimento privado pode salvar palácios da região
Palácio de Pina Manique é um dos mais degradados

Só investimento privado pode salvar palácios da região

Obras Novas, Palácio de Pina Manique e Quinta do Cabo à espera de interessados. Através do programa Revive o Governo está a tentar manter e rentabilizar património. Quem ganha os concursos faz obras de recuperação em troca do direito de uso durante meio século.

A construção de um simples abrigo em acrílico, junto à casa mortuária a funcionar no Palácio de Pina Manique, em Manique do Intendente, Azambuja, teve que ser abandonada pela junta de freguesia local devido à queixa de uma munícipe que alega estar a ser destruído património classificado.
No entanto, uma parte significativa do edifício que pertenceu ao famoso Intendente da Polícia durante o reinado de D. Maria I, está em acentuado estado de degradação, apesar de classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1993.
Há paredes em pedra remendadas com tijolos, zonas a ameaçar ruir, partes metálicas cobertas de ferrugem e o vandalismo tem destruído quase todo o interior. No Palácio já funcionaram os serviços da Junta de Freguesia, Correios, Segurança Social, Casa do Povo e até uma creche mas actualmente a única parte ocupada é a zona central que é usada como igreja, tendo em anexo a casa mortuária.
A única solução para a recuperação do palácio mandado construir no final do séc. XVIII, por Diogo Pina Manique, mas que por falta de dinheiro nunca chegou a ser concluído é o programa Revive que promove a recuperação de imóveis públicos classificados e em estado devoluto, através da concessão a privados para exploração para fins turísticos durante cinquenta anos, em troca de obras de recuperação. Ou seja, tudo vai depender do interesse de algum privado da área do turismo.
O edifício é propriedade do Estado e está na lista de imóveis públicos a ser transformados em activo económico através do Revive. Daquela lista fazem parte outros edifícios existentes na região, como o Palácio das Obras Novas, conhecido por Palácio da Rainha, edificado na Foz da Vala Real, em Azambuja.
Naquele edifício de arquitetura neo-clássica, que funcionou como posto de controle do tráfego de embarcações, a degradação é ainda mais acentuada do que no Palácio de Manique do Intendente. Segundo o presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS), há um investidor interessado na concessão do imóvel, com quem reuniu recentemente, que manifestou interesse em utilizá-lo para hotel mas tudo não passou da manifestação de uma intenção.
A Quinta do Cabo das Lezírias, em Vila Franca de Xira, propriedade da empresa pública Companhia das Lezírias, também está na mesma lista. Composta por antigos celeiros, estábulos, armazéns, depósito de água, silos de cereais, edifício principal e pequenas casas só será recuperada se houver interessados.
Para ser concessionado cada edifício é objecto de concurso público e requer apresentação de projectos que não podem adulterar a sua traça arquitectónica. Está disponível uma linha de financiamento, com orçamento global de 150 milhões de euros, resultado de uma parceria entre o Turismo de Portugal, I. P. e entidades bancárias aderentes ao sistema nacional de garantia mútuo. Actualmente estão a decorrer oito concursos públicos, nenhum para os edifícios em Azambuja e Vila Franca de Xira.

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