Não é justo dizerem que os DJ não são músicos
Bruno Simões é um jovem de Benavente em ascensão na música electrónica nacional. Apaixonou-se pela arte de DJ quando era pequeno e estava em casa dos avós. Nunca mais parou de evoluir e já começa a ser referenciado no meio depois de ter tido dois temas nos primeiros lugares do top nacional. Considera Benavente uma terra boa para viver mas é preciso que as pessoas saiam mais à rua e se divirtam.
Benavente é uma terra boa para viver e trabalhar mas é preciso que as pessoas saiam mais à rua e se divirtam para evitar que as ruas fiquem desertas depois de jantar. A opinião é de Bruno Simões, 21 anos, jovem de Benavente que tem dado nas vistas nos palcos da música electrónica nacional e que tem construído a pulso um nome artístico que já vai sendo presença regular na maioria dos cartazes: MasterJack.
Estudante de hotelaria, confessa-se um bom cozinheiro e apreciador de pratos à base de carne, embora a sua grande paixão seja a arte de DJ (disc jockey), ou seja, um artista profissional que selecciona e reproduz diferentes temas, gravados ou produzidos na hora para determinado público-alvo. Este ano o seu primeiro single próprio, “Vector”, esteve durante várias semanas no Top 3 nacional, ao mesmo tempo que a gravação de uma das suas últimas actuações foi também das mais procuradas numa plataforma digital dedicada exclusivamente à Electronic Dance Music (EDM).
“O mundo da música é um mundo cão e temos de lutar bastante para alcançar os nossos sonhos. Sempre ouvi dizer que na noite não há amigos e que é um mundo difícil. Mas acredito que há espaço para todos e gosto de me dar com toda a gente. É um mundo duro onde é preciso saber roer o osso”, confessa a O MIRANTE.
Em luta por um lugar ao sol nesse mercado musical, Bruno acredita que um bom DJ descobre-se na noite. “A música electrónica não é um parente pobre da música. Temos de olhar sem estigmas para a música electrónica da mesma maneira como olhamos para o fado ou o rock”, defende, acrescentando que apesar de parecer fácil, uma actuação tem dezenas de horas de preparação prévia em estúdio. “Ainda há quem pense que é só clicar num botão e a música aparece feita, isso não é verdade. Não é justo dizerem que os DJ não são músicos”, critica.
Bruno Simões quis ser DJ pela primeira vez quando era criança e estava na casa dos avós. Encontrou uma actuação na internet de Hardwell e ficou vidrado. “Vi logo que era aquilo que queria ser”, refere. Com a ajuda dos pais o sonho foi crescendo e a primeira actuação foi num bar em Benavente.
Cultura musical é importante
“A música é como uma amante, tenho de a conhecer de olhos fechados, não há nada na mesa de mistura que não conheça, até a namorada tem ciúmes”, conta Bruno com um sorriso. Na Póvoa de Santa Iria já lhe atiraram com uma pedra durante um concerto, embora não fosse ele o alvo.
“Se tens um sonho e queres concretizá-lo tens de ter uma cultura musical muito grande. Tens de estar sempre em cima das novidades e do que as pessoas estão a gostar de ouvir. Nisso perde-se muitas horas. Não se ensina a ser DJ. Isso é algo que se sente e se vive”, explica.