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“Gosto mais de ler jornais e livros em papel mas para escrever prefiro o computador”
Sara Machado está a cumprir o segundo mandato na União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz

“Gosto mais de ler jornais e livros em papel mas para escrever prefiro o computador”

Sara Machado, advogada e vogal da União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz

Advogada com escritório em Alhandra, Sara Machado, de 47 anos, diz que sempre desejou ter um cargo político para poder contribuir para o progresso da sua comunidade. Foi por isso que, quando lhe fizeram o convite para integrar a lista de candidatos da CDU à Assembleia da União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, aceitou-o sem hesitar. Gosta de estar ao serviço da população como autarca mas considera que foi um erro a reforma administrativa que unificou as freguesias.

Uma das minhas angústias nesta altura do Verão é ficar tudo parado. Odeio esta altura de férias em que nada acontece. Claro que a nível pessoal gosto de passear com a minha família. Esse é o meu passatempo preferido. Cada vez gosto mais de passear descobrindo Portugal. A praia cansa-me. Se me perguntarem se tenho uma viagem de sonho, direi que não.
Prefiro ler notícias nos jornais em papel. E gosto de ler livros também. As edições em papel são uma arte em que não se deve mexer. Deriva talvez da minha profissão como advogada mas é mais interessante ler algo físico do que ler online. Escrever é outra coisa. Já gosto mais de escrever num computador.
Quem me conhece sabe que sou um bom garfo. Também cozinho e já gosto mais de cozinhar do que antigamente. Sou de Viana do Castelo. O meu pai trabalhava nos estaleiros com a minha mãe e foi convidado pelos engenheiros directores da antiga Mague para vir trabalhar para Alverca. Fiz toda a minha vida em Alhandra e no concelho de Vila Franca de Xira. O maior sonho da minha vida está concretizado, que é ter estabilidade familiar e profissional. Foi sempre o que imaginei para a minha vida.
Nunca tinha entrado na junta de freguesia até ser eleita para o executivo. Mas sempre acreditei que podíamos ganhar a junta mesmo havendo pessoas muito cépticas. Quando temos sonhos uns realizam-se e outros não. O meu pai foi sempre muito activo na política e passou-me essa vontade de servir. Quando me abordaram no mandato anterior para integrar o executivo aceitei de imediato.
Fiquei surpreendida por se terem lembrado de mim para as listas. Na altura não era militante do PCP mas apenas simpatizante. Na primeira vez estava à espera de ganhar e trabalhámos para que isso acontecesse, foi uma campanha activa de gente nova. Houve uma mudança de imagem com gente jovem que queria muito trabalhar.
É impossível um autarca numa freguesia com esta dimensão não se entregar de corpo e alma. Só os Cotovios, por exemplo, têm uma dimensão tal que, para nós, são quase como uma outra freguesia. É uma das delegações da junta onde temos maior movimento. Cotovios tem mais trabalho e movimento do que São João dos Montes, a freguesia onde está inserida.
No primeiro mandato trabalhamos na agregação das três antigas freguesias. Foi algo inédito. Nunca ninguém tinha gerido uma situação assim. Este segundo mandato tem sido muito diferente.
Se eu pudesse acabava com a União de Freguesias. Tem um lado bom e mau mas defendo que cada uma devia ser autónoma como no passado. Cada uma das freguesias devia voltar a ter a sua identidade. Esta agregação foi um erro, sobretudo para quem vive em Calhandriz, que é uma terra historicamente mais ligada a Alverca do que a Alhandra. Desde o agrupamento escolar, saúde, policiamento e transportes, tudo está ligado a Alverca na Calhandriz. Não foi algo bem estudado.
Alhandra é uma vila muito distinta de todas as outras localidades do concelho. É uma vila com muita história, à beira rio, com uma zona ribeirinha muito interessante e pessoas muito acolhedoras mas também muito exigentes. Temos o lado castiço de uma vila piscatória como nenhuma outra no concelho de Vila Franca de Xira. Estamos hoje a sofrer obras no centro da vila que muito nos têm incomodado mas espero que sejam de curta duração e que no fim possam satisfazer-nos a todos com um espaço de maior qualidade.
Ser autarca tem sido trabalhoso mas não aceitei candidatar-me para estar aqui sentada sem fazer nada. Queremos dar o nosso melhor pelas populações, uma política de acção e trabalho. Foi sempre a isso que me propus. Admito que por vezes é bonito falar e que depois, na prática nem sempre as coisas correm como queremos. Muitas vezes isso acontece por causa de alguns limites, como a capacidade financeira e a própria legislação. Temos de ter muito cuidado com cada passo que damos.
Honestidade, boa-fé e rectidão são os valores fundamentais para se estar neste cargo. Quando digo que algo é de uma maneira é porque tem de ser assim de princípio ao fim. Temos de ter a certeza do que estamos a fazer e a hombridade de dizer que errámos. Acima de tudo temos de ser verdadeiros para os nossos munícipes. Tira-me do sério a falta de respeito. Quando dizemos que somos livres temos de perceber que a nossa liberdade termina onde começa a do outro. Quando isso não se consegue é falta de respeito.

“Gosto mais de ler jornais e livros em papel mas para escrever prefiro o computador”

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