O Clube Vespa de Alhandra está aí para as curvas
É o único clube do concelho associado ao Vespa Clube de Portugal. A icónica mota italiana tem um culto associado que perdura no tempo com legiões de fãs. Em Alhandra há um clube com mais de três dezenas de associados que há dez anos dá nas vistas por onde quer que passe e leva sempre a bandeira do concelho de Vila Franca de Xira.
A Vespa é lenta, desconfortável, trava mal e baba óleo. Mas isso, confessam os dirigentes do Vespa Clube de Alhandra com um sorriso, são apenas alguns dos ingredientes que fazem parte da magia daquela máquina italiana. “A Vespa não é um gosto, é uma paixão, uma forma de estar na vida”, revela Paulo Reis, presidente da direcção e um dos fundadores da associação a O MIRANTE.
O Vespa Clube de Alhandra (VCA) nasceu há uma década e é hoje o único clube do concelho de Vila Franca de Xira exclusivamente dedicado àquela mota clássica. É também o único que está associado ao Vespa Clube de Portugal, a entidade que regula a actividade vespista em Portugal. O clube tem cerca de três dezenas de associados e o crescimento não tem parado, ajudado pelo cada vez maior interesse da comunidade por esta mota, criada originalmente em 1946 pela italiana Piaggio.
A história do clube começa com Paulo Reis, que um dia viu um vizinho em Alhandra a “descascar uma Vespa com um canivete” e lembrou-se de a comprar para restaurar. O negócio fez-se e a paixão por aquela máquina foi crescendo. “Mais tarde comprei outra, mais potente, mas percebi que andar sozinho de um lado para o outro não tinha tanta graça. Um dia soube de um encontro do clube do Cartaxo e convidei o meu cunhado para irmos. Foi espectacular”, recorda.
Desde então o clube nunca mais parou. As Vespas andavam a circular pelo concelho sem ninho por isso cada vez que os dirigentes viam uma mota parada, deixavam um papel a convidar para aderirem ao clube.
Vespas à beira rio
No panorama dos clássicos em Portugal o Clube Vespa de Alhandra já conseguiu uma proeza: o de colocar o seu encontro nacional na rota do vespismo nacional. A primeira edição, realizada em 2016 na zona ribeirinha de Alhandra, juntou mais de 200 motas de todo o país e todos os anos o sucesso tem-se repetido, faça chuva ou sol. A Junta de Freguesia de Alhandra dá uma ajuda no apoio à iniciativa que se realiza por altura das festas anuais da vila. “Temos gente a vir de Arganil, Sines, Porto, Braga, Castro Daire, o pessoal junta-se”, contam.
Um dos segredos para o entusiasmo dos encontros é a camaradagem. “Se houver um companheiro que avarie no caminho pára-se o cortejo todo”, garantem. Actualmente, quem quer saber algo sobre Vespas no concelho de Vila Franca de Xira pergunta ao VCA. Também percorrem o país de norte a sul, em encontros e eventos, sempre com o nome do concelho e de Alhandra ao peito. Isto numa mota cuja velocidade máxima não excede muito os 80 quilómetros por hora. “Depois de um encontro já cheguei a demorar cinco horas a chegar a casa, de noite. Entrei em casa gelado”, brinca Paulo Reis.
O sonho de ter uma sede
Uma das prioridades da colectividade, no dobrar do seu décimo ano de existência, é arranjar uma sede própria, porque tem sido a garagem de Paulo Reis, no centro de Alhandra, a cumprir essa função. “Já tentámos mas ainda não conseguimos. Vamos continuar a batalhar nisso. Estamos a tentar que a câmara municipal nos possa dispensar uma casa, cuidávamos dela e fazíamos a nossa sede”, diz.
Enquanto esse objectivo não se concretiza, a ambição futura da associação passa por continuar a crescer, divulgar nas ruas a paixão pelas Vespas e continuar a promover os seus passeios informais, para que toda a comunidade possa ver – e dar ao acelerador – naquelas máquinas de outros tempos. .