O ambiente e a importância das acções individuais
No texto com o título “A nossa geração também se interessou pelo ambiente mas os problemas continuam”, a propósito do Dia Internacional da Camada de Ozono, dois dos professores entrevistados mostram-se cépticos relativamente à possibilidade das nossas acções individuais poderem salvar o planeta em termos ambientais, defendendo que a solução depende essencialmente de decisões políticas.
Concordo com eles e lembro que a escritora, jornalista e activista canadiana Naomi Klein, também defende que, e cito: “As nossas decisões individuais não têm qualquer efeito face à mudança de que precisamos”.
Diz ela que “em termos do carbono, as decisões individuais que tomamos não têm qualquer efeito face à escala da mudança de que precisamos. E acredito mesmo que o facto de para tantas pessoas ser muito mais confortável falar sobre os nossos consumos pessoais do que sobre mudanças sistémicas é um produto do neoliberalismo, que nos treinou para olharmos para nós próprios como consumidores acima de tudo”.
Reflectindo bem, é verdade o que ela diz. Tentam convencer-nos que a culpa da crise ambiental é apenas nossa, individualmente e enquanto consumidores mas a verdade é que os maiores danos ambientais resultam de decisões políticas que permitem actividades altamente poluentes a nível de indústrias. Mais que separar lixo em casa e gastar menos água no banho ou andar de bicicleta, é preciso pressionar os governos.
Sheila Santos