Fábrica de pizzas do Porto Alto encerrada há ano e meio é um perigo para a saúde
A Brieftime, dona da antiga fábrica de Pizzas no Porto Alto, prometeu em Agosto limpar o armazém que abandonou, deixando muitos produtos alimentares a apodrecer. O cheiro é nauseabundo e as autoridades estão a acompanhar o caso apesar de ainda nada ter sido feito.
O dono da fábrica de pizzas da Brieftime em Porto Alto (Benavente), que abandonou um armazém arrendado com alimentos a apodrecer, ainda não limpou o local, apesar de se ter comprometido a fazê-lo. A imundície no armazém ocorre há cerca de ano e meio e depois de O MIRANTE
ter denunciado a situação a administração da empresa comprometeu-se a fazer a limpeza do espaço, mas até agora a única coisa que fez foi pedir orçamentos a empresas de limpeza.
No dia 18 de Setembro O MIRANTE esteve no local quando um dos administradores da Brieftime estava a mostrar as instalações a elementos de uma empresa de limpeza para fazer um orçamento, mas assim que Pedro Teixeira viu a jornalista desapareceu rapidamente. No local já se encontrava Sérgio Matos, o proprietário do armazém, que ficou incrédulo com a situação. Pedro Teixeira mostrou-se indisponível para prestar qualquer esclarecimento sobre quando o espaço vai ser limpo.
O proprietário do armazém confirma que esta é a segunda vez que se dirige ao local para receber empresas e os administradores da Brieftime, mas confessa que está agastado com a situação e tem cada vez menos esperança que a administração cumpra com as suas obrigações. “O cheiro a podre está a piorar de dia para dia e há cada vez mais ratos e insectos, e até cobras já apareceram lá dentro. Andam a pedir orçamentos há semanas”, salienta Sérgio Matos, que não consegue arrendar o armazém nestas condições.
A antiga fábrica é um perigo para a saúde pública, com carne, tomate, queijo e todo o tipo de matérias-primas usadas na confecção das pizzas a apodrecer, o que tem originado o aparecimento de ratos e insectos em grande número. A Câmara de Benavente, o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) também foram alertadas e têm-se mantido ao corrente da situação e a aguardar que a Brieftime efective a limpeza do armazém.
Recorde-se que quando O MIRANTE noticiou a situação, em Agosto, Pedro Teixeira disse que uma empresa de limpeza espanhola ia visitar a fábrica para avaliar a segurança das operações de limpeza. A visita deu-se no dia 27 de Agosto, na presença do SEPNA, “mas não fizeram nada, só andaram com vassouras de um lado para o outro”, conta Sérgio Matos. Na mesma altura, Pedro Teixeira, assegurou ainda que havia capacidade financeira para suportar os custos do procedimento.
Fábrica durou pouco mais de um ano
A Brieftime - Indústria de Comércio de Produtos Alimentares S.A. começou a acumular dívidas pouco tempo após ter começado a funcionar, vendo-se obrigada a entregar no Tribunal do Comércio de Santarém um Plano Especial de Revitalização (PER), mas a fábrica acabou por fechar em 2018. A dívida de 6,6 milhões de euros é reclamada por 120 credores, desde antigos funcionários, a entidades bancárias e fornecedores. A Sérgio Matos a empresa deve cerca de 140 mil euros de rendas. A Brieftime foi instalada com o apoio de 1,7 milhões de euros de fundos comunitários e na inauguração, em 2017, esteve o então ministro da Economia, Caldeira Cabral. Após o primeiro ano de laboração, com 70 funcionários, a fábrica teve um prejuízo de 830 mil euros.