Sorraia livre de infestantes só com equipas de monitorização permanentes
Presidente da Câmara de Benavente diz que é preciso ter uma atitude preventiva e continuada ao longo do tempo.
Prosseguem há quase um mês os trabalhos de remoção de jacintos-de-água que cobriram o rio Sorraia em 80 por cento da sua extensão entre Coruche e Benavente. A morosidade do processo mecânico tem atrasado a sua conclusão e levou os municípios afectados a reunir e traçar um plano conjunto para manter o rio livre de infestantes.
O presidente da Câmara de Benavente defende a necessidade de ser desenvolvido um projecto de intervenção no Sorraia para as próximas décadas, com equipas em permanência que possam monitorizar os focos de infestantes e travar a tempo a sua proliferação. Numa altura em que esse afluente do rio Tejo ficou completamente coberto de jacintos-de-água, importa que o trabalho de remoção de infestantes não seja uma acção esporádica, mas prolongada no tempo, uma vez que as condições climatéricas e os baixos caudais vão continuar a ser propensos ao seu desenvolvimento.
Carlos Coutinho (CDU) falou do assunto na última reunião de câmara, dando a conhecer ao restante executivo que os municípios de Benavente e Coruche estão preocupados com o problema e reuniram no dia 13 de Setembro com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e elementos da comunidade científica, na perspectiva de encontrar uma solução a longo prazo. O que pode obrigar os dois municípios ribatejanos a recorrer a fundos comunitários para conseguirem o financiamento necessário para formar equipas de trabalho e adquirir a maquinaria necessária.
Já o vereador Ricardo Oliveira (PSD) acha que o problema não está apenas na morosidade do processo de remoção das infestantes, mas no descuido por parte dos municípios de Benavente e Coruche e do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes. “Há três anos que se fala nos jacintos e nada foi feito. Foi preciso que a sociedade civil se manifestasse”.
Também já noutras ocasiões, Pedro Pereira, vereador do PS, tinha alertado para o estado do rio e sugerido a utilização de meios mecânicos para remover os milhares de infestantes. Aposta que está a ser levada a efeito desde a última semana de Agosto, para já sem prazo de conclusão.
Carlos Coutinho admite que o problema da proliferação de jacintos não é novo na região, mas nota que nunca antes tinha atingido estas proporções, sobretudo no concelho de Benavente. E rejeita a ideia que a câmara municipal só acordou para o problema com a sociedade civil.