Autarcas defendem reconversão da central do Pego para resíduos florestais
Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo aprovou recomendação dirigida ao Governo em que apoia a proposta da Tejo Energia. Actual central termoelétrica a carvão é desactivada no final de 2021.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) aprovou no dia 26 de Setembro, por unanimidade, uma recomendação ao Governo no sentido de explorar o potencial da proposta da Tejo Energia para conversão da actual central termoeléctrica a carvão para resíduos florestais.
Em comunicado, a CIMT, que agrega 13 municípios do Médio Tejo, dá conta de ter sido com agrado que os autarcas da CIMT ouviram da parte da administração da Tejo Energia que é intenção dos accionistas desenvolver um projecto ambicioso do ponto de vista ambiental, económico e social para além da data final do Contrato de Aquisição de Energia (CAE), que termina em Dezembro de 2021, passando a funcionar a resíduos florestais já a partir de 2022.
O Governo, no âmbito dos objectivos de atingir a neutralidade carbónica em 2050, decidiu encerrar até 2030 as centrais termoeléctricas de Pego e Sines, tendo o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, avançado em Maio que o executivo quer encerrar a central de produção de electricidade a carvão do Pego em 2022, não se comprometendo com uma data para Sines.
Na reunião de trabalho da CIMT, que decorreu no Pego (Abrantes), nas instalações da central termoelétrica, a presidente da CIMT, Anabela Freitas, que também preside ao município de Tomar, sublinhou que o projecto apresentado pela administração é uma grande oportunidade para manter na região um equipamento de extrema relevância, sendo hoje responsável por cerca de 300 postos de trabalho permanentes e mais de 800 pontuais.
A autarca fez notar que o projecto de reconversão da Central do Pego, a concretizar-se, vai permitir manter um pólo de desenvolvimento regional que pode contribuir para dinamizar a actividade económica no sector florestal no interior do país, manter postos de trabalho, aumentando o nível de emprego com a utilização de biomassa, e transformar a biomassa que muitas vezes flagela a região, com os incêndios, em energia renovável.
Tejo Energia está a trabalhar no projecto
O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos, por sua vez, citado na mesma nota, refere ser factor de confiança em relação ao futuro o saber que a Tejo Energia está a trabalhar num projecto que tem como objectivo a conversão da Central do Pego para resíduos florestais, com a respectiva manutenção e criação de postos de trabalho adicionais.
Para Beatriz Milne, presidente executiva da Tejo Energia, “a conversão da Central do Pego para resíduos florestais vai permitir que se continue a garantir a segurança de abastecimento da rede através da produção de energia renovável, disponível em permanência, servindo de complemento a outras tecnologias intermitentes”.
Questionado pela Lusa em Abrantes, no início de Setembro, sobre o futuro da central termoeléctrica do Pego, o ministro do Ambiente disse que os donos da central do Pego têm um projecto, no qual o emprego é globalmente mantido, tendo referido ainda que, com pequenas alterações, são capazes de ter essa mesma central [a laborar] a partir de formas de produção de electricidade que não envolvem combustíveis fósseis.