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Um negócio na mesma família há três gerações
Pedro Coutinho pertence à terceira geração à frente da Coutinho Motos em Almeirim

Um negócio na mesma família há três gerações

Pedro Coutinho é proprietário da Coutinho Motos, em Almeirim. A história da empresa começou com o avô e uma loja de bicicletas. Depois, o pai começou a vender motas e hoje o negócio familiar continua a rodar.

Pedro Gonçalo da Silva Coutinho tem 35 anos e é já o terceiro da linhagem à frente da empresa familiar Coutinho Motos, localizada em Almeirim. O avô paterno, António José Coutinho, falecido há sete anos, foi o impulsionador do negócio que ainda hoje dá sustento à família Coutinho. Mas nem sempre a Coutinho Motos se dedicou à comercialização de motas e acessórios. Tudo começou com as bicicletas. Almeirim tem uma grande tradição de bicicletas e tudo começou com duas rodas, mas a pedais. “Quase toda a gente tinha uma bicicleta, porque era assim que antigamente as pessoas circulavam em Almeirim e entre Almeirim e as localidades vizinhas para irem trabalhar”, recorda o empresário.
Pedro Coutinho não tem memória sobre como surgiu a ideia de abrir a loja e a oficina, mas sabe que o avô vendia e arranjava bicicletas e o negócio sempre correu muito bem. Mais tarde, na década de 80, começou a comercialização de motas. Sinais dos tempos. As pessoas começaram a ter mais poder de compra e a passar a andar de mota. Nessa altura, José Coutinho, com 19 anos, pai de Pedro Coutinho, deu início ao segundo ciclo de família e começou a trabalhar com o pai na Coutinho Motos. Nem o pai nem o filho trabalharam em outras áreas e a paixão pelas motas sempre foi a condição que serviu de base segura e ajuda a manter o negócio de pé.
“O engraçado é que nós não temos apenas uma loja aberta que vende motas e acessórios. A minha família sempre andou muito e com paixão, primeiro por bicicletas e depois por motas”, realça Pedro Coutinho, que desde os cinco anos de idade se lembra de ir ter com o avô e o pai à loja e à oficina. Aos três anos, a filha já fala em ter uma mota. “Desde que seja cor-de-rosa”, diz entre risos. Também a companheira de Pedro o acompanhava em provas de motociclismo em que participava, mas que entretanto diminuíram com o nascimento da filha. “As duas gostam de motas. É mesmo algo que a família traz no sangue e que nunca foi forçado”, diz.

As motas no Natal vendiam-se como pizzas
Pedro não se vê a fazer outra coisa mas admite que o negócio já teve o seu tempo áureo. “Lembro-me que na altura que trabalhava aqui com o meu pai, na década de 90, na altura do Natal, eu parecia um entregador de pizzas, a andar de um lado para o outro a ir levar as motas aos clientes. Era incrível a quantidade de motas que se vendia”, conta.
Vendiam-se muitas para os miúdos irem para a escola, na altura em que os pais ainda não tinham medo destas deslocações. “Antes, à frente das escolas viam-se sempre muitas motas estacionadas. Hoje em dia isso já não acontece. Os miúdos são levados pelos pais ou vão de autocarro. Os pais ganharam medo, não só dos acidentes mas também de uma série de coisas que hoje acontecem e antigamente não”.
No entanto, ainda há quem prefira a mota, para reduzir o orçamento familiar. “Ainda há quem prefira oferecer uma mota a um filho para reduzir as despesas, porque sai muito mais barato que ter um carro”, sublinha.
Por outro lado, há ainda os grandes amantes quer do motocross ou de relíquias que frequentam as grandes concentrações de motards e que continuam a desembolsar milhares em motas ou acessórios e até na manutenção das mesmas. Na Coutinho Motos a mota mais barata ronda os 1.600 euros e a mais cara os 12 mil.
A par da comercialização de motas e acessórios a Coutinho Motos tem uma oficina multimarca. Ali todas as marcas de motas são arranjadas ao nível da mecânica. Aliás, é o que dá mais movimento à casa. “As pessoas sabem que temos conhecimento de motas e de mecânica e, felizmente, somos muito procurados”. Os sonhos são poucos. “Talvez ganhar o euromilhões”, refere Pedro Coutinho entre risos ao garantir que nem que isso acontecesse o legado da Coutinho Motos encerraria.

Um negócio na mesma família há três gerações

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