Convento de Cristo é um monumento importante mas não lhe é dado valor
A opinião é do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro, durante o Encontro de Turismo Militar que decorreu em Tomar.
O Convento de Cristo é um dos monumentos mais importantes de Portugal mas o país não lhe dá muito valor nem é muito conhecido pelos portugueses. A opinião é do almirante António Silva Ribeiro, Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, presente na sessão de abertura do Encontro de Turismo Militar, que decorreu na tarde de quinta-feira, 26 de Setembro, no Complexo da Levada, em Tomar. O almirante referiu ainda que o Convento de Cristo, situado no topo da cidade de Tomar, é a sede da estratégia do pensamento português, tendo sido construído em 1160, nos primórdios do reino de Portugal.
António Silva Ribeiro defende que a aposta no turismo militar deve ser cada vez maior pois é uma forma de promover e salvaguardar a história do país. “O turismo militar estimula a memória histórica, que podemos contar às gerações mais novas e aos turistas estrangeiros”, referiu.
O presidente do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), João Coroado, considera que o turismo militar é uma componente do turismo cultural e que devem ser criadas sinergias para o alavancar. “Tomar é um dos exemplos onde existe todo o tipo de turismo, desde o militar ao cultural, passando pelo religioso e artístico”, referiu João Coroado.
O dirigente do IPT diz que é importante perceber quais os locais mais visitados e a tipologia desses mesmos locais. O objectivo é promover visitas sustentadas de modo a reduzir a sazonalidade deste tipo de turismo.
O vice-presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão, também defendeu o trabalho em rede entre as diversas instituições para potenciar o turismo na região e em todo o país. O autarca considera que o turismo é um pilar fundamental para Tomar e lembra que existe uma forte presença militar na cidade que deve ser aproveitada para desenvolver este tipo de turismo. O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, Pedro Costa Ferreira, referiu que será mais fácil apostar no turismo militar se este estiver ligado a outro tipo de turismo, potenciando mais do que um nicho de mercado. Disse também que existe a necessidade de integrar território para que o turismo ganhe escala e dimensão. “O turismo militar não será o produto mais fácil de vender. Temos que contar histórias de cada monumento ou edificado militar, esse é o segredo”, realçou.
A vice-presidente da Associação de Turismo Militar Português, Ana Miguel, sublinhou a importância do encontro, que decorreu também na sexta-feira no campus do IPT, que assinala a consolidação de uma marca construída de forma persistente. “Queremos que a marca Turismo Militar se consolide junto dos cidadãos. Pretendemos valorizar a história de Portugal que se confunde com a história da identidade militar”, afirmou.