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Nove meses para fazer contrato de arrendamento do Tribunal de Almeirim
Novas instalações do Tribunal de Almeirim foram inauguradas em Janeiro pela ministra da Justiça

Nove meses para fazer contrato de arrendamento do Tribunal de Almeirim

O Estado decidiu em Dezembro de 2018 arrendar um prédio comprado pela Câmara de Almeirim para instalar o tribunal da cidade, mas só nove meses depois mandou o contrato para ser assinado.

O Estado esteve tanto tempo para fazer o contrato de arrendamento das instalações do Tribunal de Almeirim quanto uma mulher leva a gerar um filho. O tribunal está a funcionar num prédio adquirido pela Câmara de Almeirim desde o início de Janeiro, mas só agora os serviços da Justiça concluíram o contrato de arrendamento, que ainda vai ter de ser aprovado pelo município e assinado.
A câmara recebeu a minuta do contrato, enviada pelo Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, no mês de Setembro. Quando o despacho a autorizar o arrendamento das instalações foi proferido a 28 de Dezembro de 2018, segundo consta da informação para a reunião do executivo camarário onde o documento de seis páginas, que não passa de um normal contrato sem complexidade, vai ser analisado e votado.
O tribunal utilizava as instalações do antigo posto da GNR da cidade, que também estavam arrendadas pela autarquia, mas estas já não tinham condições de trabalho e de atendimento. Com a necessidade de instalar o tribunal num espaço maior e com mais condições, a câmara decidiu comprar a um particular um edifício de três pisos no centro da cidade, na Rua Bernardo Gonçalves, onde funcionava uma loja de mobiliário.
O presidente da autarquia, Pedro Ribeiro, questionado sobre o assunto, diz desconhecer porque é que foram necessários nove meses para efectivar o contrato, salientando que o tribunal ainda estava a usar as antigas instalações. Mas o edifício do antigo posto da Guarda, onde o município vai fazer uma creche pública, está com a porta fechada desde a mudança para as novas instalações, tendo sido retirado na altura todo o equipamento.
A câmara vai receber do Ministério da Justiça uma renda mensal de 1.870 euros, num negócio considerado vantajoso para a autarquia. O período expectável de arrendamento é de seis anos, mas como o serviço é necessário à população o contrato deve prolongar-se no tempo. Mesmo que o arrendamento seja no tempo expectável, as rendas permitem à câmara recuperar mais de metade do investimento na compra do prédio, encaixando cerca de 134 mil euros. Em onze anos de arrendamento a câmara fica com um edifício à borla.
Recorde-se que o município adquiriu o espaço por 240 mil euros e não teve de investir em obras de adaptação, já que estas foram custeadas pelo Ministério da Justiça. Para a compra a autarquia recorreu a um empréstimo bancário a liquidar mensalmente no prazo de 10 anos. O tribunal funcionou no antigo posto da GNR, de forma provisória, durante dezassete anos. Em 2014, num relatório da Associação Sindical de Juízes, o tribunal tinha sido considerado um dos piores do país em termos de condições.

Nove meses para fazer contrato de arrendamento do Tribunal de Almeirim

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