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Projecto Tejo diz ser solução para problema da água mas ambientalistas discordam

Empreendimento prevê um investimento de 4,5 mil milhões de euros para fornecer água a 300 mil hectares das regiões do Ribatejo, Oeste e Setúbal nos próximos 30 anos. Movimento proTEJO é contra a construção de açudes.


O Projecto Tejo - Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste “é a solução” para resolver o problema da falta de água, defendeu no dia 16 de Novembro, um dos seus mentores, Jorge Froes, tendo o movimento proTEJO rejeitado os seus pressupostos.
“As dúvidas do proTEJO centram-se nos impactos da construção dos seis açudes previstos no projecto, mas estas dúvidas têm todas respostas técnicas que asseguram que esta é a solução que permite resolver o problema da água, quer em quantidade, quer em termos ambientais”, disse à Lusa Jorge Froes, engenheiro agrónomo, à margem de um debate promovido pelo município de Vila Nova da Barquinha sobre “Ambiente, alterações climáticas, o rio Tejo e seus afluentes”.
O Projeto Tejo prevê um investimento de 4,5 mil milhões de euros para fornecer água a 300 mil hectares das regiões do Ribatejo, Oeste e Setúbal nos próximos 30 anos. Comparado ao Alqueva, foi desenvolvido por um grupo de especialistas que tem estado a fazer apresentações do mesmo, tendo Jorge Froes afirmado que aguarda o lançamento até ao final do ano, pelo Governo, de um concurso que permita fazer o estudo técnico, ambiental e de viabilidade económica.
Associado à rega de uma vasta área do território nacional, à sua drenagem, ao controlo das cheias e ainda ao controlo da cunha salina que sobe sobre o rio Tejo nos períodos mais secos, o projecto aponta para a navegabilidade do rio Tejo, com as vantagens daí decorrentes, nomeadamente ao nível do turismo, do lazer, da pesca, da aquacultura e do transporte fluvial, entre outros, destacou Jorge Froes.
“Este projecto prevê-se que atinja quase o dobro da área que o Alqueva irá regar”, salientou ainda o engenheiro, realçando a criação de um espelho de água contínuo através da construção de seis açudes até quatro metros de altura entre Abrantes e Lisboa, com escada passa-peixes, que vão tornar o Tejo navegável, e com estações elevatórias que vão permitir bombar a água para as encostas da Lezíria e também da zona Oeste.
O porta-voz do movimento pelo Tejo (proTEJO), Paulo Constantino, discorda do projecto pelas consequências negativas em termos ambientais da construção de seis açudes, manifestando-se em “defesa da preservação de um rio Tejo livre - os únicos 200 quilómetros - e com dinâmica fluvial, privilegiando o turismo de natureza, as actividades piscatórias tradicionais e a gastronomia regional de espécies piscícolas”.
Segundo aquele responsável do proTEJO, os ambientalistas podem vir a apoiar o projecto “desde que este apresente outras soluções ambientalmente aceitáveis em alternativa à criação de açudes e novas barreiras no Tejo”, tendo defendido ideias “economicamente menos onerosas”, como a dessalinização.

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