Homicida da ceramista da Chamusca e ex-companheira apanha 22 anos de prisão
Caso aconteceu em Fevereiro à porta da danceteria S. Martinho, na Golegã, onde o homicida esteve duas horas a ver a ex-companheira a dançar com o novo namorado.
O homicida da ceramista da Chamusca, Ana Silva, foi na terça-feira, 26 de Novembro, condenado a 22 anos de prisão. Rui Vieira, 62 anos, foi condenado pelo crime de homicídio da ex-companheira, por tentativa de homicídio do novo namorado desta e ainda pelos crimes de violência doméstica e posse de arma proibida. O Tribunal de Santarém condenou-o também a uma indemnização de 150 mil euros.
A presidente do colectivo de juízes considerou assustador a falta de emoções e de interiorização da gravidade da situação por parte do arguido durante o julgamento. E realçou os contornos gravosos de ter culpabilizado as vítimas pelo seu comportamento. Recorde-se que em julgamento o homicida disse que tudo isto só aconteceu porque ela e o novo namorado “andavam a gozar” com ele.
Após ter proferido a decisão o arguido manifestou-se na sala de audiências contra a pena. A juíza aconselhou-o a ter juízo e a pensar tratar de ter acompanhamento psicológico. Dirigindo-se ao condenado lembrou que este tinha tido três casamentos e que numa fase final da sua vida é que tem um comportamento destes só porque uma relação não correu bem. “O senhor é que está errado”, realçou.
O caso ocorreu no dia 17 de Fevereiro deste ano. Rui Vieira esteve duas horas a ver a ex-companheira, de 53 anos, a dançar com o novo namorado, na danceteria S. Martinho, na Golegã. Pouco antes da meia-noite, quando Ana Vieira saiu do estabelecimento, Rui desferiu dois tiros de caçadeira que atingiram mortalmente a ex-namorada, que na altura residia em Torres Novas. O então novo namorado da vítima sofreu ferimentos numa mão.
Depois do crime, e segundo confessou no julgamento, Rui foi refugiar-se em casa da irmã, tendo-a avisado que deveria aparecer a GNR para o deter, o que veio a acontecer cerca de uma hora e meia depois. Na altura do crime também estava na danceteria a sobrinha do agressor, tendo assistido à tragédia. Esta testemunha chegou a falar com O MIRANTE, contando que o tio já se relacionava há oito anos com Ana Silva que a relação tinha momentos altos e baixos, que havia uma certa instabilidade e discussões devido a desconfianças.
Como O MIRANTE já tinha noticiado, no dia do crime, o operário fabril numa empresa de curtumes em Alcanena, almoçou como habitualmente na casa da irmã, em Parceiros de São João, concelho de Torres Novas. A dada altura disse que ia ver a ex-companheira à danceteria, onde chegou por volta das 21h00.
Rui Vieira residia sozinho em Riachos, concelho de Torres Novas, e tem quatro filhos maiores. Ana Silva, além de ceramista, trabalhava na unidade de carnes da Sonae, em Santarém, e deixou três filhos maiores.