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A Teresa Torga de Santarém  que ninguém protegeu e os 45 anos do 25 de Abril


Uma mulher seminua foi detida em Santarém perante sorrisos, indiferença, fotos e vídeos. Quarenta e cinco anos depois do 25 de Abril já não há ninguém a correr para junto da mulher nua “no intuito de tapá-la” como cantou José Afonso na canção Teresa Torga (Álbum ‘Com as Minhas Tamanquinhas’ 1976), sobre a tal mulher que se despiu na rua a 7 de Maio de 1975, no cruzamento da Miguel Bombarda com a 5 de Outubro, em Lisboa. Agora só mesmo Antónios Capela. Ficam os versos.
“No centro da Avenida/ No cruzamento da rua/ Às quatro em ponto perdida/ Dançava uma mulher nua/ A gente que via a cena/ Correu para junto dela/ No intuito de vesti-la/ Mas surge António Capela/ Que aproveitando a barbuda/ Só pensa em fotografá-la/ Mulher na democracia/ Não é biombo de sala”.
Sobre Teresa Torga escreveu o jornalista Rogério Rodrigues no já desaparecido Diário de Lisboa, tornando-a uma pessoa e não apenas “uma mulher”. E completaram-lhe o perfil outros jornalistas. Chamava-se Maria Teresa Gomes Baptista e escolhera Teresa Torga para nome artístico devido à sua admiração pelo escritor Miguel Torga. Trabalhara como corista e fora actriz de revista em Portugal e no Brasil. Tinha na altura 41 anos, era divorciada e estava a tratar-se de uma depressão. Sobre o fotógrafo é dito apenas que foi obrigado, pelas pessoas, a entregar o rolo com as fotografias que foi destruído no local.
Rui Ricardo

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