O primeiro orçamento participativo (OP) da Câmara de Azambuja ainda não saiu para a rua e já está a gerar divergências políticas. O projecto de regulamento foi levado a votação, na última reunião do executivo e, apesar de aprovado por unanimidade, não agradou totalmente aos vereadores do PSD.
“Votamos favoravelmente porque consideramos que é uma medida positiva de estímulo à participação dos munícipes”, mas, ressalva o PSD, “o documento poderia ser mais aberto à participação”. No período de discussão da proposta, o vereador Rui Corça lamentou ainda que uma das sugestões anteriormente propostas pelo PSD não fosse considerada, o que impede que pessoas colectivas possam participar nas propostas do OP. E apelou para que a autarquia recuasse e reconsiderasse a sugestão que, insistiu, vai ser novamente proposta pelos eleitos do PSD na assembleia municipal.
O presidente do município, Luís de Sousa (PS), respondeu que “o documento não está fechado” e que pode sofrer alterações, nomeadamente em assembleia municipal, onde vai ser avaliado. Acrescentou que este é o primeiro orçamento participativo que a Câmara de Azambuja elabora, tratando-se de uma experiência que pode ser reajustada e melhorada nos anos seguintes.
O vereador António José Matos (PS) disse que o PSD devia dar o benefício da dúvida aos socialistas que gerem o município, já que se “está a inovar e a construir algo que até agora nunca tinha sido feito”, em Azambuja.
Do lado da CDU, David Mendes, defendeu que as pessoas colectivas já têm os seus canais próprios de participação, lembrando que já são apoiadas financeiramente pela autarquia através do orçamento municipal. Entende o vereador da CDU que apoiar projectos destinados a associações foge ao essencial daquilo que deve ser um orçamento participativo.