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Gratificados criam perturbações na PSP de Santarém
Situação está a originar falta de agentes para fiscalizar, por exemplo, o estacionamento pago

Gratificados criam perturbações na PSP de Santarém

Agentes reclamaram da forma como estavam a ser feitas as escalas dos serviços remunerados extra trabalho policial normal e o comando acabou com as excepções fazendo com que faltem agentes para o trabalho gratificado.

Os polícias do comando de Santarém estão envolvidos numa confusão por causa das escalas dos gratificados, serviços pagos fora do horário normal. Devido a reclamações por causa das escalas de serviço de cada agente que se disponibiliza para fazer estes trabalhos, o comando mandou aplicar o regulamento nacional, que diz que tem de haver um intervalo de duas horas entre a saída do turno policial e a entrada para os gratificados. Situação que está a originar falta de agentes para responder às solicitações de privados, como hipermercados e fiscalização do estacionamento pago na cidade.
Houve pelo menos dois agentes que contestaram a forma como estavam a ser elaboradas as escalas dos gratificados. Com a ordem de se cumprir o regulamento à risca, têm faltado polícias para fazer a segurança, em alguns períodos, ao hipermercado Pingo Doce, à estação da rodoviária e fiscalização dos parques de estacionamento. O Comando Distrital da PSP de Santarém, em declarações a O MIRANTE, esclarece que está a cumprir as regras e procedimentos definidos pela Direcção Nacional da PSP, reconhecendo que “podem surgir situações em que não seja possível satisfazer a totalidade das requisições”.
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, considera que a norma também permite excepções e que os comandos adaptem o exercício dos gratificados consoante as especificidades e realidades próprias de cada zona. O dirigente considera que as entidades ao verem que a Polícia não consegue dar resposta às solicitações acabam por contratar segurança privada. O que representa um rombo nos rendimentos dos polícias.
Paulo Rodrigues esclarece que o ordenado base de um polícia em início de carreira não chega aos 800 euros e que um agente com quinze anos de serviço ganha entre 800 e 900 euros. Pelo que o trabalho de gratificados “é a única forma de terem um complemento aos ordenados baixos”, apesar de, reconhece, “o excelente era que os polícias não tivessem que fazer estes serviços fora do horário de trabalho para terem um rendimento digno”. O presidente da ASPP/PSP realça ainda que se acabarem ou reduzirem os gratificados as pessoas vão notar porque esta é também uma forma, atendendo ao reduzido efectivo, de verem polícias na rua.
O dirigente sindical refere ainda que, pelo que tem conhecimento, o comando de Santarém é o único que está a aplicar à risca o regulamento sem usar das possíveis excepções, salientando que os agentes devem ter as mesmas oportunidades e que não deve haver uns a ganharem muito mais que outros. O comando da PSP realça que os serviços remunerados são assegurados por elementos da PSP, maioritariamente voluntários, e que, “salvo raras excepções, não são serviços obrigatórios para os polícias nem para a PSP”.

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