uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Vergonha e medo afastam homens da prevenção do cancro da próstata
Paulo Corceiro perante a plateia de formandos do CENFIM de Santarém

Vergonha e medo afastam homens da prevenção do cancro da próstata

Falar de cancro da próstata não é uma conversa fácil, mas Paulo Corceiro, médico urologista, director da Unidade de Urologia do Hospital CUF Santarém, conseguiu captar a atenção dos formandos do Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, numa sessão de esclarecimento para desmistificar a doença, na quinta-feira, 28 de Novembro, em Santarém.
A sala do CENFIM foi pequena para a mais de meia centena de alunos dos cursos de manutenção industrial, soldadura e mecatrónica, jovens entre os 16 e os 20 anos, que quiseram marcar presença. Paulo Corceiro mostrou-se agradado por estar perante uma plateia tão jovem e realçou que estava ali para esclarecer dúvidas e não para dar uma aula de medicina.
Para o urologista o mais importante é desmistificar a doença, falar dela com naturalidade para que quando os jovens cheguem à idade de procurar o médico, por volta dos 45 anos, não tenham receios. “Os homens têm vergonha e medo e sentem como uma invasão da sua intimidade o toque rectal, uma das formas de diagnóstico da doença”, afirma o urologista defendendo que é preciso quebrar essa barreira. Outra das formas de diagnóstico é o PSA (proteína produzida pelas células da próstata), que pode ser avaliado através de uma análise ao sangue.

Quando há sintomas temos o caldo entornado
“A perigosidade do cancro da próstata, o mais prevalente em toda a Europa, é que, habitualmente, quando há sintomas temos o caldo entornado”, refere o urologista. Os factores que o influenciam são o envelhecimento, que é impossível de travar, e factores genéticos, que também não se conseguem mudar ou evitar.
Paulo Corceiro deu como exemplo um paciente que teve. Um senhor de 76 ou 77 anos que com a vibração do tractor que conduzia partiu um braço. “Veio a detectar-se que era uma metástase do cancro da próstata que já tinha evoluído e que nunca fora detectado. O cancro da próstata, evoluindo normalmente, dá sintomas nos ossos”, afirma o médico.
Os tratamentos têm consequências sobretudo ao nível sexual, como alteração da erecção ou disfunção sexual. E este é o principal receio dos homens e a sua principal reserva na procura de ajuda.
No final da sessão houve tempo para algumas questões e os estudantes quiseram saber qual a probabilidade de um jovem de 25 anos ter cancro da próstata. O médico tranquilizou-os afirmando que nos seus 26 anos de prática de medicina o doente mais jovem que operou tinha 42 anos.
Farias Gomes, director do Núcleo de Santarém do CENFIM, deixou um alerta final, reforçando a importância da prevenção. “Poucos de nós nos safamos. Não há dor, não há nada e depois é tarde de mais”.
A sessão, promovida pelo Grupo de Apoio de Santarém da Liga Portuguesa Contra o Cancro, decorreu no âmbito da campanha “Novembro Azul”, mês que assinala a Luta contra o Cancro da Próstata.

Vergonha e medo afastam homens da prevenção do cancro da próstata

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido