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Dançar faz bem ao corpo e à mente
Escola de Dança Sensual Connection dá aulas todas as quartas-feiras à noite na sede da Nabantina

Dançar faz bem ao corpo e à mente

Na Sensual Connection, em Tomar, aprende-se a dançar Kizomba, Semba, Urban Kiz e Bachata. Escola de dança abriu em Tomar há cerca de dois anos. Treinos são às quartas-feiras à noite na Nabantina. Rui Oliveira é o mentor do projecto. Entrou no curso de arquitectura, que pretende terminar em 2020, mas a dança entrou na sua vida e já não se vê a fazer outra coisa.

O primeiro a chegar à sala de aula é o professor, Rui Oliveira, 30 anos, juntamente com a sua irmã, Ana Oliveira, 19 anos, que também dá aulas de dança na Sensual Connection. Fez ballet durante nove anos e recomeçou a dançar quando o irmão começou a dar aulas. “Dançar faz bem não só ao corpo como à alma. Aliviamos o stress e divertimo-nos”, confessa antes de começar o treino.
A dança surgiu na vida de Rui Oliveira por acaso. Um feliz acaso, afirma com um sorriso no rosto. Aos 15 anos conheceu uma namorada no rancho folclórico da zona de Porto de Mós (distrito de Leiria), de onde Rui é natural e ainda vive. Dançavam muito nos bailaricos das aldeias até que a namorada da altura começou a aprender danças latinas e começou também ela a dar aulas.
O namoro terminou e Rui Oliveira entrou no curso de Arquitectura (que pretende concluir em 2020) mas a paixão pela dança ficou-lhe no sangue e no corpo. Nos últimos dois anos tem feito formações por todo o país com profissionais, nacionais e estrangeiros, que considera serem os melhores nas suas áreas. O que começou por ser um passatempo transformou-se na sua actividade profissional.
Actualmente dá aulas em Tomar às quartas-feiras, entre as 20h30 e as 22h30. Têm 25 alunos com idades compreendidas entre os 14 e os 60 anos. A mudança de Carvalhos de Figueiredo para a sede da Nabantina, no centro de Tomar, trouxe mais alunos. As aulas podem custar entre 20 a 35 euros por mês. Depende das modalidades escolhidas. Na Sensual Connection aprende-se a dançar Kizomba, Semba, Urban Kiz e Bachata Sensual. Todos estes estilos têm em comum o facto de se dançar acompanhado.

“Tem que haver sensualidade na dança entre o par”
A escolha do nome para a escola de dança não foi ao acaso. Rui considera que as pessoas estão muito desconectadas umas das outras. “Somos mais visuais do que de toque. E aqui queremos que as pessoas dancem juntas, sem receios. Tem que haver sensualidade na dança entre o par. Não existem pares fixos”, explica, acrescentando que escolheu um nome em inglês por que cada vez mais é importante ter um nome que os estrangeiros saibam ler.
Actualmente com quatro professores, na Sensual Connection em primeiro lugar estão as pessoas. “Queremos que se divirtam mas que também aprendam a dançar para aplicar quando vão sair”, refere o dono da escola. Rui Oliveira diz que as pessoas que se consideram um ‘pé pesado’ para a dança são os melhores alunos porque fazem tudo o que os professores dizem e confiam neles. “A pessoa só não consegue aprender a dançar se não quiser”, garante.

O prazer de dançar faz esquecer os problemas

Madalena Simões tem 14 anos e é uma entusiasta da dança. Sentada numa cadeira do grande salão da Nabantina calça os sapatos de salto alto antes de começar mais uma aula. Com umas calças pretas confortáveis, um top branco e uma camisa aos quadrados em tons de vermelho está pronta para fazer o que mais gosta. Aluna da escola Sensual Connection desde o início, há cerca de dois anos, o seu estilo preferido é a kizomba. Aos nove anos já dançava o estilo musical ‘Bollywood’. No Verão não perde as festas das aldeias, onde vai com a mãe que também sempre teve jeito para a dança.
Quem lhe dá boleia para a Nabantina é Adriano Duarte. Tem 57 anos e é funcionário da Câmara de Tomar. Começou a dançar há 12 anos quando se divorciou. Frequentou várias escolas e sabe dançar vários estilos, desde salsa, merengue, bachata, semba e kuduro. Mas a sua preferida é a kizomba. Todas as quartas-feiras à noite vai às aulas de dança para se divertir. “A dança é um escape. Enquanto aqui estou desligo de tudo e gosto muito de conviver”, confessa. A esposa também o acompanha embora no dia em que O MIRANTE esteve a fazer reportagem não estivesse presente por estar a trabalhar.
Vestida toda de preto, a contrastar com o cabelo loiro claro, Marta, 47 anos, chega atrasada e confessa que se esqueceu dos sapatos de salto alto. Mas esse é apenas um pormenor que não a impede de cumprir mais uma aula de dança. É ali que se liberta e esquece os problemas do dia-a-dia. “Não há nada melhor que dançar para descomprimir de um dia de trabalho”, confessa.
Encostadas à parede duas senhoras observam a aula mas mostram vergonha em experimentar. Uma delas, incentivada pelo professor, ainda experimenta mas a mais jovem opta sempre por ficar a ver. Pode ser que para a próxima já consiga dançar.

Dançar faz bem ao corpo e à mente

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