Dar é a palavra de ordem dos Amigos do Hospital de Santarém
Equipa da Liga dos Amigos do Hospital de Santarém trabalha para melhorar a vida dos seus utentes. No Hospital de Santarém há uma Liga de Amigos que procura ser uma família para transmitir alegria, carinho e paz aos utentes. Ali o espírito de Natal dura todo o ano.
Quem entrar no edifício da Liga dos Amigos do Hospital de Santarém durante esta quadra, vai encontrar decorações de Natal criativas, construídas com o trabalho de funcionários e utentes. Na sala de estar há árvores de Natal decoradas com espátulas abaixa línguas; numa outra sala de convívio são feitas com recortes de jornal. “Tentamos envolver os nossos utentes, na medida do possível, em actividades que os estimulem e que os façam sentir úteis e felizes”, diz Francisco Eustáquio, vice-presidente da instituição.
A Liga dos Amigos é uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) que existe há quarenta anos, embora só há doze anos trabalhe como unidade de internamento. O principal objectivo é devolver aos utentes a autonomia e a capacidade para retomarem normalmente as suas vidas.
Na instituição estão internadas 16 pessoas com diversas patologias, muitas delas oncológicas, mas essa condição não lhes tira o bom sentido de humor e a vontade de cantar: no dia da visita de O MIRANTE decorria a festa de Natal da instituição onde os utentes, em conjunto com os seus familiares, cantavam ao som das músicas do grupo “Meia Dúzia”.
Para existir esta dinâmica, segundo Francisco Eustáquio, são precisas equipas de trabalho especiais, com um grande espírito de entrega e altruísmo. Ali trabalham 40 pessoas, incluindo voluntários, e todos eles estão disponíveis para trabalharem em horários e em alturas especiais: “Mais do que uma profissão o nosso trabalho também é vocação e todos os sacrifícios são feitos com gosto”, diz o dirigente.
Carla Antunes é enfermeira há 18 anos e vai passar pela primeira vez o Natal na Liga dos Amigos do Hospital de Santarém porque só este ano chegou à instituição. Em casa vai ficar a filha, que tem 11 anos, mas já está habituada. “Queria estar com ela mas estas pessoas também merecem espaço no meu coração”, afirma, sublinhando que a melhor sensação que pode existir é a de ajudar alguém a ultrapassar momentos complicados.
Na noite da Consoada funcionários, voluntários e utentes vão sentar-se à mesma mesa para comerem o manjar da D. Lucinda que, nesta quadra, deixa a sua outra família em casa a cozinhar por ela. “Dar”, segundo a equipa da Liga, é a palavra principal nesta época, mas mais do que palavras são necessárias acções e atitudes que possam melhorar e dar mais qualidade de vida aos que mais precisam.