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“Textos que fizeram história”
Cantor foi eleito personalidade do ano pelos leitores de O MIRANTE em 2008

“Textos que fizeram história”

A cumprir o seu 33º ano de publicação O MIRANTE decidiu republicar um conjunto de entrevistas, reportagens e outros textos, editados nos seus primeiros anos de vida. São matérias que, na grande maioria dos casos, já só podem ser encontradas em edições em papel e que agora vão passar a estar disponíveis também na Internet, e só isso já justificaria a iniciativa. Mas são também textos que vale a pena ler por manterem uma surpreendente actualidade ou por revelarem informações e opiniões que ajudam a perceber melhor o percurso do jornal e da região.

José Cid publicou a primeira versão de “Menino-prodígio” em O MIRANTE há 31 anos

Coluna do artista chamava-se “Alcácer-Quibir” e a letra foi editada em Janeiro de 1989.

Em Abril de 2015 José Cid editou o álbum “Menino-prodígio”, que incluiu uma canção original, “autobiográfica”, com o mesmo nome. O que poucos sabem é que o artista, com grande ligação à Chamusca, onde nasceu e onde passou grande parte da sua juventude e onde tem uma casa, publicou um primeira versão da letra daquela canção, na edição de O MIRANTE, de Janeiro de 1989, numa coluna que tinha no jornal chamada “Alcácer-Quibir”.
A versão de 2015 da letra de “Menino-prodígio” é mais extensa que a original e foi alterada, nomeadamente na entrada, que ficou assim: “Quando eu era criança muita gente me achava menino prodígio/quando for mais crescido há-de ser importante há-de ter prestígio/há-de ser um senhor director/presidente seja lá do que for”. Ao refrão também foi acrescentado o verso “foi levado nos braços de Orfeu”, mas a frase principal, “o menino prodígio morreu mas o seu epitáfio sou eu”, ficou inalterada.
Republicamos hoje a primeira versão da canção, tal e qual saiu na já referida coluna, que José Cid tinha em O MIRANTE.

Menino Prodígio
Quando eu era criança muita gente me achava menino prodígio
“quando for mais crescido há-de ter muita fama e algum prestígio”
“há-de ser um Beethoven um Bach, um Sinatra, um Mozart um craque”.
Mas eu desde garoto neste jeito de ser musical
em vez de estudar comecei a tocar num conjunto rock -
logo a Dª Efigénia proibiu a filhinha de ir ao meu reboque

E parti à procura de um som que o meu ser meditou como um dom
pois foi Deus que me deu este jeito de ser musical
E a malta que me veio ouvir começou a gostar e a curtir
a rodar as cabeças no ar ao ouvir as guitarras tocar

Este jeito de ser musical não faz bem mas também não faz mal
O menino prodígio morreu mas o seu epitáfio sou eu
O menino prodígio morreu mas o seu epitáfio sou eu
O menino prodígio morreu mas o seu epitáfio sou eu

Sei que tenho algum jeito de compor a preceito uma musiquinha
que caia no gosto dos amigos de sempre - ou de uma rainha
mas não vou mudar muito o meu ser se a inspiração não aparecer
Pode ser que este rock chegue aos “dez mais do top” sem saber

Este jeito de ser musical não faz bem mas também não faz mal
o menino prodígio morreu mas o seu epitáfio sou eu
o menino prodígio morreu mas o seu epitáfio sou eu
o menino prodígio morreu mas o seu epitáfio sou eu

“E de tanto inventar lendas não prestámos atenção”
A coluna “Alcácer-Quibir” que José Cid teve em O MIRANTE foi publicada pela primeira vez em Novembro de 1988, na edição que assinalou o primeiro aniversário do jornal. Nessa altura passavam vinte anos do lançamento do grande êxito do Quarteto 1111 “Lenda d’El Rei D. Sebastião” e o cantor regressou ao tema do sebastianismo com um texto irónico sobre aquela época da nossa História, com o título: “Só ficámos com Alcácer!”.

Para quê mistificar El-Rei D. Sebastião
Se ficámos com Alcácer
Do sal da nossa ilusão?

E se fomos derrotados em Quibir, Fêz, Mazagão
Para quê ressuscitar
El-Rei D. Sebastião?

De Quibir fugiu ferido por tanta contradição
Veio morrer em Alcácer
E daí a confusão!

Até podiam ter sido histórias do Zé-Povão
Que nestas coisas de lendas
Pede meças à razão.

“Textos que fizeram história”

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