Museu do Ar de Alverca só abre à Segunda-feira e por marcação
Pólo de Ovar tem horário mais alargado que o museu da cidade ribatejana. Presidente do município admite que é preciso voltar ao tema.
O pólo de Alverca do Museu do Ar é uma sombra do que já foi noutros tempos e tem, das três estruturas que compõem o museu, o pior horário, só abrindo por marcação e às segundas-feiras das 10h00 às 17h00.
Já foi inclusive ultrapassado pelo pólo de Ovar, que está a abrir todos os dias da semana, incluindo sábados e domingos. Além do horário reduzido, algumas das aeronaves expostas em Alverca, no exterior do museu, dão sinais de falta de manutenção e alguma degradação. A situação tem gerado críticas da comunidade, que lamenta ver definhar aquele que foi outrora o seu principal museu e o motivo porque muitos aficionados visitavam a cidade, considerada o berço da aviação em Portugal.
“Vou marcar uma reunião com o comandante da base de Alverca da Força Aérea Portuguesa (FAP) para voltarmos a este tema”, informou o presidente do município, Alberto Mesquita (PS), na última reunião pública do executivo, onde concordou que o Museu do Ar precisa de ganhar novo fôlego.
Actualmente o pólo de Alverca só se mantém aberto graças a um protocolo que o município assinou com a FAP, pagando àquela entidade 10 mil euros por ano para esta ter uma funcionária uma vez por semana a abrir as portas do museu. “Temos de rentabilizar o investimento que estamos a fazer, porque se não fosse esse protocolo já nem o pólo do museu tínhamos no nosso território. Se o problema [para o pólo só abrir uma vez por semana] são questões financeiras então temos de ver como isso se vai resolver”, notou o autarca.
Junta esqueceu-se da aviação
Alverca está historicamente ligada à aeronáutica mas quem vive na cidade tem convivido pouco com essa história, lamentam alguns moradores com quem O MIRANTE falou. Consideram que falta mais ambição da junta de freguesia da cidade em colocar mais adereços alusivos à aeronáutica nas ruas da cidade e no facto do museu estar pouco – ou mesmo nada – sinalizado.
“O anterior executivo ainda colocou umas placas alusivas ao berço da aviação e uns aviões nas ruas mas deste executivo não se vê uma única coisa alusiva à aviação. Nem sequer umas placas colocam na cidade a convidar as pessoas a visitar o museu”, lamenta Alberto Oliveira, residente na Avenida Infante Dom Pedro.
Em 2009, recorde-se, o museu “voou” para a base aérea de Sintra, bem como algum do seu espólio, perante a incapacidade dos autarcas locais em reverter a decisão da FAP. O facto de só abrir uma vez por semana fez cair a pique o número de visitantes. O núcleo de Alverca tem ainda uma colecção dedicada à presença da FAP na Guerra Colonial.