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Isolamento social acabou com os beijos e os abraços

Como povo latino temos a fama de ser calorosos no trato social, damos beijos e abraços a familiares, a amigos e, por vezes, até a desconhecidos. Mas hoje vivemos uma nova realidade em que o contacto está vedado mesmo aos que nos são mais próximos. O MIRANTE aproveitou o Dia do Beijo, 13 de Abril, para saber como estão os ribatejanos a lidar com esta situação e se vão continuar a dar beijos e abraços quando o pânico passar.

Maria Manuela Ralha, vereadora na Câmara de Vila Franca de Xira

Maria Manuela Ralha, vereadora na Câmara de Vila Franca de Xira

“O beijo como medicamento contra os dias e as horas más”

Tem-me custado ter de cumprimentar as pessoas apenas com o sorriso ou com os olhos, embora defenda que um sorriso e um olhar muitas vezes são bastantes para nos envolver e acalentar. Gosto de pessoas, de afectos, de risos e de toques, de pele. Quando as recomendações de isolamento forem levantadas voltarei a abraçar e a beijar como forma de cumprimento e como medicamento contra os dias e as horas más a aplicar a quem mais amo… não é por acaso que sempre que nos magoávamos os nossos pais ou os nossos avós diziam que dando um beijinho passava.

Inês Bernardino Morais, técnica de Recursos Humanos

Inês Bernardino Morais, técnica de Recursos Humanos

“Corro para os braços dos meus avós quando tudo isto passar”

O sorriso é a melhor forma de demonstrar afecto pelos outros. Não sou nada beijoqueira, mas abro algumas excepções para os familiares e alguns amigos. Tenho vivido estes tempos de isolamento social com muita estranheza. Tenho esperança de que tudo volte ao normal, até porque não vejo a hora de poder voltar a abraçar os meus avós de 90 anos. É para os braços deles que vou a correr quando tudo isto passar.

Célia Ramalho, vereadora na Câmara de Coruche

Célia Ramalho, vereadora na Câmara de Coruche

“É o momento da gratidão e de nos apoiarmos uns aos outros”

Depois da pandemia vou querer abraçar os meus amores, mas acredito que este processo vai provocar receios e angústias no convívio social. Sou afectuosa, cuidadora e protectora. Sei que não podemos ter pressa nos beijos e abraços porque o risco de contágio vai continuar a existir. É preciso encontrar novas estratégias para trabalhar os afectos. É o momento de gratidão pela coragem de todos os profissionais que estão na linha da frente. Este é o tempo de nos apoiarmos uns aos outros. Depois de ser criada uma vacina contra o vírus vamos aquecer os nossos corações com o sol quente do nosso país. É preciso ter fé e esperar.

Florbela da Isabel, administrativa na Viver Santarém

Florbela da Isabel, administrativa na Viver Santarém

“Espero que quem escapar deste perigo viva a vida com outra intensidade”

Não perco nenhuma oportunidade para dar e receber um beijo ou um abraço das pessoas que me são queridas. Tenho esperança que, depois que tudo isto passar, possa recuperar os que não foram dados durante este período de distanciamento. Espero bem que quem escapar deste perigo viva a vida com outra intensidade e não deixe de manifestar em momento algum os sentimentos. As primeiras pessoas que vou beijar quando tudo passar são a família que está longe de mim.

Luís Dias, vereador na Câmara de Abrantes

Luís Dias, vereador na Câmara de Abrantes

“O beijo é uma viagem e um modo de dizer mil coisas em silêncio”

Sou um homem de afectos e tem-me custado a adaptar a esta nova situação de não poder abraçar ou beijar os amigos. São os amigos verdadeiros, juntamente com a família, que pretendo abraçar e beijar assim que passar esta pandemia. Para mim o beijo é um acto de interacção com o outro. É uma viagem e uma maneira de compartilhar intimidade e dizer mil coisas em silêncio. Quando afrouxarem as regras de distanciamento social vou retomar este hábito com quem me é mais próximo. Espero que o pânico nunca condicione o acto genuíno de beijar.

Ana Bernardino, vereadora sem pelouros na Câmara Municipal do Cartaxo

Ana Bernardino, vereadora sem pelouros na Câmara Municipal do Cartaxo

“Temos todos de aprender com esta nova realidade”

Tem-me custado muito o isolamento, gosto de tocar, beijar e abraçar os que me são próximos. Cumprimentava os conhecidos com dois beijos e perante esta situação fui obrigada a deixar de o fazer. Espero que volte o tempo em que vou poder beijar e abraçar todos os que estão à minha volta, mas também acho que temos todos de aprender com esta nova realidade e agir com calma até voltarmos aos velhos hábitos de cumprimentar tudo e todos.

Susana Pita Soares, advogada

Susana Pita Soares, advogada

“A vida sem afectos não tem piada nenhuma”

Fazem-me falta os beijos e os abraços das pessoas que amo, os cumprimentos aos amigos, o beijo que conforta num momento de sofrimento ou o beijo que diz apenas ‘até amanhã’. Gosto de entrelaçar as minhas mãos nas mãos das minhas filhas, de lhes dar colo e enchê-las de beijos e de abraços, dizer-lhes que gosto delas e elogiá-las. A vida sem afectos não tem piada nenhuma. Tenho saudades de abraçar o meu marido [médico]. Há mais de um mês que não o faço. Talvez a pandemia nos ensine que não devemos deixar para amanhã os beijos que podemos dar hoje.

Teresa Ferreira, directorageral da Águas de Santarém

Teresa Ferreira, directora-geral da Águas de Santarém

“Gosto de abraçar e mimar”

Admito que me tem custado bastante a adaptação a este confinamento. É muito difícil deixar de um dia para o outro as nossas rotinas. Tenho saído todos os dias para trabalhar, mas até o trabalho e as suas rotinas são diferentes, sem público no atendimento, sem reuniões presenciais, numa cidade sem movimento. Gosto de abraçar e mimar as pessoas mais importantes para mim. Quando passar o pânico vou continuar a ser afectuosa com os mais próximos. Quanto aos cumprimentos formais acredito que haverá um maior distanciamento.

Sara Marques, chefe de gabinete na Câmara de Tomar

Sara Marques, chefe de gabinete na Câmara de Tomar

“O beijo é uma das maiores manifestações do amor”

Não consigo viver sem afectos. Tenho prazer em abraçar as pessoas de quem gosto porque a melhor forma de encher a alma de alegria é um abraço forte e sentido. A relação com o beijo é mais comedida para não desvalorizar uma das maiores manifestações do amor. Desde que iniciei voluntariamente a quarentena não abraço nem beijo a minha mãe, é dela que sinto mais saudades. Quando tudo terminar vou ter de aprender a viver com menos afectos. Seria hipócrita se dissesse que me sinto segura para voltar a agir da mesma forma que fazia antes da pandemia.

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