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Imagem do Senhor da Misericórdia nas ruas da Chamusca numa carrinha de caixa aberta
Pela primeira vez a imagem do Senhor da Misericórdia percorreu todas as ruas da vila da Chamusca

Imagem do Senhor da Misericórdia nas ruas da Chamusca numa carrinha de caixa aberta

Santa Casa da Misericórdia da Chamusca levou a imagem do Santo pelas ruas da vila na noite de Sexta-Feira Santa, dia da tradicional Procissão dos Fogaréus, que este ano não se realizou por causa da pandemia.

A Procissão dos Fogaréus, na Chamusca, foi cancelada por causa do estado de emergência. A administração da Misericórdia, o padre da freguesia e a GNR, combinaram entretanto uma forma de manter uma parte da tradição e a imagem percorreu todas as ruas da vila na noite de Sexta feira Santa no horário a que habitualmente se realiza a procissão.
O MIRANTE acompanhou uma parte do trabalho de instalação da cruz numa carrinha de caixa aberta, labor conjunto do padre José Luís Borga, do Provedor Nuno Castelão e de Luís Imaginário e Pedro Ribeiro, membros da administração da misericórdia.
A iniciativa gerou polémica na vila logo que começou a saber-se nas redes sociais que se ia realizar uma procissão à janela. Nuno Castelão diz que desvalorizou porque tinha a certeza que a iniciativa ia correr bem devido à forma como estava pensada e ao envolvimento e sentido de responsabilidade das entidades envolvidas.
Dois elementos da GNR da Chamusca acompanharam o trajecto para garantir que todas as regras eram respeitadas. A marcha foi de tal forma rápida que, numa travessa com arvoredo, a Cruz ia ficando pelo caminho. O MIRANTE acompanhou todo o percurso e testemunhou a adesão das pessoas que, à janela ou à porta de casa, manifestaram a sua crença e a devoção ao Santo. Nuno Castelão disse mais tarde a O MIRANTE que “no momento difícil que atravessamos as pessoas precisam de esperança. Fizemos o máximo que pudemos pelos chamusquenses”, concluiu.
José Luís Borga é pároco da Chamusca desde 2013 e confessou, no final da iniciativa, que viveu umas das experiências mais bonitas desde que chegou à vila. “As gentes da Chamusca souberam, ao seu melhor nível, estar, entender e respeitar este gesto simples, cumprindo com a melhor postura exigida nestes dias de contenção e distanciamento, mantendo-se em suas casas”, pôde ler-se mais tarde na sua página de Facebook. O padre refere ainda que o vírus que assola o mundo pode meter medo mas não retira a postura e a esperança em fazer o bem. “Nesta noite de Sexta-Feira Santa, na Chamusca, o vírus da Misericórdia foi bem mais contagioso do que a Covid-19”, escreveu.

Rui Martinho

À margem

Rui Martinho, presidente da União de Freguesias da Chamusca e Pinheiro Grande, ia sendo “crucificado” nas redes sociais por ter publicado na sua página do Facebook o seu apoio à iniciativa da Misericórdia. José Monteiro, presidente da direcção dos Bombeiros da Chamusca, deu testemunho público da não adesão dos bombeiros a esta iniciativa e pelo caminho desancou Rui Martinho acusando-o de incentivar “a que a Chamusca saia à rua”, deixando a certeza de que “é o que vai acontecer”. Rui Martinho não teve nada a ver com a iniciativa e limitou-se a apoiar a decisão que, afinal, acabou elogiada mais tarde por alguns daqueles que também fizeram coro com José Monteiro.

Imagem do Senhor da Misericórdia nas ruas da Chamusca numa carrinha de caixa aberta

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