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SFUS chega ao centenário a precisar de sangue novo
João Gomes e Eurico Leitão, dirigentes da SFUS, querem sangue novo na colectividade mais antiga de Samora Correia

SFUS chega ao centenário a precisar de sangue novo

A menos de meio ano do seu centenário a Sociedade Filarmónica União Samorense já organiza a programação a fazer figas para um 2021 sem pandemia. Para o dirigente João Gomes, de 80 anos, o desejo de aniversário é só um: conseguir atrair mais jovens para a colectividade mais antiga de Samora Correia.

Este seria o ano de afirmação da Sociedade Filarmónica União Samorense (SFUS) não fosse a pandemia estragar os planos da direcção. A banda desfilaria pelas ruas o ano inteiro, haveria concertos com fartura e a natação iria estar representada em campeonatos distritais e nacionais. Por esta altura já se estaria a organizar um jantar de Natal que iria juntar sócios e pessoas carenciadas da cidade. O objectivo era claro: atrair mais jovens para a colectividade e garantir o seu rejuvenescimento.
“Encontrei esta colectividade divorciada de Samora Correia, com uma banda quase sem músicos”, começa por dizer a O MIRANTE João Gomes, que aos 78 anos regressou à colectividade para a pôr de novo a andar a todo o vapor. Dois anos depois, continua como presidente da associação e com a certeza de que “os jovens estão muito relutantes em entrar para o associativismo”.
A SFUS é velhinha e precisa de caras novas. Já dava música e cultura a Samora Correia antes de ter início a 2ª Guerra Mundial, altura em que os dirigentes acabaram por ser forçados a fechar portas. Mais de um século depois, “continua a ser vista como a universidade do povo”, diz João Gomes, lembrando que foi um dos muitos jovens que estudou com os livros da biblioteca Gulbenkian na antiga sede da colectividade.
Em 2020, observa o vice-presidente, Eurico Leitão, é como se estivessem a passar por outra guerra mundial. “Esta pandemia está a sair cara. Perdemos muitos jovens nas secções, a banda filarmónica teve de cancelar todos os concertos e festas programas. Está a ser preciso uma grande ginástica”, refere.
Entre a banda filarmónica, banda juvenil, orquestra de sopros e cordas, rancho folclórico, natação, tuna, teatro, pesca desportiva e escola de música, a SFUS movimenta 380 crianças, jovens e adultos. O orçamento anual é de cerca de 43 mil euros, apoiado em 24 mil euros pela Câmara de Benavente e 1.600 euros pela Junta de Freguesia de Samora Correia.

“Não andamos aqui
para nos exibir”
As comemorações para o centenário estão a “ser programadas como se não houvesse pandemia”, afirma o presidente da direcção, garantindo que, apesar das restrições financeiras, “não vão envergonhar nenhum samorense”. Para isso, a SFUS espera contar, “como sempre contou” com o apoio da Câmara de Benavente.
Em cima da mesa está, entre outros eventos que se vão realizar ao longo do próximo ano, a realização de um festival de música juvenil, um festival de bandas filarmónicas, um grande concerto de aniversário com bandas convidadas e um festival de música para jovens. Prevê-se ainda uma exposição fotográfica e distribuição de prémios aos melhores alunos do Agrupamento de Escolas de Samora Correia e de medalhas comemorativas a todos os antigos presidentes vivos que passaram pela sociedade. Está ainda a ser editado um livro que vai contar a história da associação.
Na última assembleia de freguesia, os eleitos independentes apresentaram uma recomendação à Junta de Samora Correia para desenvolver, em conjunto com a SFUS, um programa comemorativo. Sobre esse documento, Eurico Leitão é imperativo: “Queremos celebrar e honrar o trabalho da SFUS, não andamos aqui para nos exibir e convidar figuras públicas para virem cá cortar fitas. Além disso, o Presidente da República tem mais que fazer”.

Associações nascem como cogumelos

Há semelhança do que acontece em cidades com forte ligação ao associativismo, em Samora Correia as associações nasceram como cogumelos. O problema, refere João Gomes, que foi pela primeira vez presidente da SFUS em 1970, é que “muitas delas não perduram porque falta aos seus dirigentes o amor à camisola e a vontade de trabalhar em prol da sociedade”.
Das 43 existentes no concelho de Benavente, 16 estão sedeadas na freguesia de Samora Correia, e a maioria dos seus dirigentes já passaram pela filarmónica. “A SFUS foi mãe e madrasta de praticamente todas as associações de Samora. Todos vieram aqui beber para depois fazerem as suas colectividades. Algumas estão praticamente paradas à espera que lhes caia o subsídio, que nesses casos é mínimo, da câmara municipal”, remata o dirigente.

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