uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Casa do Brasil abriu em ambiente de festa

O tempo de antena que o presidente da Câmara de Santarém não teve no dia em que os presidentes do Brasil e de Portugal visitaram a cidade foi recompensado no dia seguinte, durante a abertura ao público da Casa do Brasil - Casa de Pedro Álvares Cabral. Na noite de 10 de Março de 2000, José Miguel Noras teve todo o tempo do mundo para dizer o que lhe ia na alma, em tom de emoção. O que não era para menos. Minutos antes o autarca e outras entidades haviam recebido galardões honoríficos por parte dos responsáveis da Sociedade Brasileira de Heráldica. Num curto espaço de tempo nasceu ali mais meia dúzia de comendadores.
Num gesto de reconhecimento, Noras aproveitou a presença de uma vasta comitiva brasileira, de onde se destacava o secretario Nacional de Cultura Otávio Anísio, para deixar clara a aposta de Santarém no aprofundamento dos laços com o chamado país irmão e para dizer que as honrarias recebidas só as entendia em nome de Santarém. “O único título que quero é o de presidente da câmara. Esse é que faço questão de honrar enquanto tiver forças”.
Com Santarém já reconhecida por altos dignitários brasileiros como “capital do Brasil em Portugal”, Noras, de fato e lacinho, falou de uma cidade “com alma própria”, que “é conferida e alimentada” pela presença de personalidades como as que o acompanhavam na mesa. Entre elas o Secretário Nacional da Cultura do Brasil, a directora do Museu do Rio de Janeiro Vera Tostes e o presidente do Instituto Camões Jorge Couto.
No repleto auditório Pedro Álvares Cabral, num ambiente de sauna, o presidente virou as suas atenções e elogios para a obra que ali foi produzida e que orgulha a cidade. De um antro de marginalidade e prostituição ergueu-se um espaço arejado, moderno e funcional, que teve nos serviços técnicos da câmara e nas firmas construtoras os grandes obreiros. À autarquia coube também desembolsar a maior parte dos mais de 300 mil contos investidos.
“Quem fez isto foi o povo de Santarém e a sua capacidade”, disse Noras - que foi insistentemente titulado de “professor doutor” por algumas entidades brasileiras. O autarca agradeceu ainda ao “conjunto de boas vontades” que permitiu a concretização do sonho, nomeadamente as entidades brasileiras (Fundação Banco do Brasil e Organizações Odebrecht) que comparticiparam a intervenção.

A primeira vez de Fernando Henrique Cardoso em Santarém

Em Maio de 1998, aproveitando uma visita à Expo 98, o Presidente da República Federativa do Brasil fez a sua primeira visita oficial a Santarém, acompanhado por uma comitiva de quatro dezenas de jornalistas e falou, junto à estátua de Pedro Álvares Cabral, principalmente para os cidadãos do seu país. Palavras de orgulho pelo percurso da nação que governa e de “emoção” por estar próximo do navegador que tudo começou.
Quarenta e cinco minutos bastaram para o Presidente da República Federativa do Brasil cumprir o programa que tinha destinado para essa manhã. Fernando Henrique Cardoso visitou a exposição evocativa da Descoberta do Brasil, sita na Igreja da Graça, monumento onde depositou uma coroa de flores no túmulo do navegador. Seguiu-se um breve discurso, dirigido sobretudo ao povo brasileiro.
A meia dúzia de metros, em pé, à torreira do sol, o ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho, o presidente e vereadores da Câmara de Santarém, entre muitas outras entidades, tiveram ainda oportunidade de ouvir as referências elogiosas e os agradecimentos aos anfitriões.
Afinal sempre se disse que os últimos são os primeiros. E o presidente brasileiro, apesar de telegráfico, pôs ênfase nos encómios. Uma palavra “especial e adicional” para os hospedeiros portugueses, como lhes chamou. ‘’Tudo isso que nós hoje podemos dizer, tudo o que nós realizámos, tudo o que sonhámos para o futuro não teria sido possível se não fosse o que aconteceu lá atrás, no começo da História Moderna”, afirmou Fernando Henrique Cardoso, mais conhecido por FHC.
Antes do regresso a Lisboa, onde na véspera tinha participado na cerimónia de abertura da Expo 98, Fernando Henrique Cardoso visitou de forma meteórica as obras da Casa do Brasil. À saída deixou claro: “Quero voltar”. E voltou mesmo!.

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido