O vereador da CDU na Câmara de Vila Franca de Xira, Nuno Libório, envolveu-se numa discussão acalorada nas redes sociais chegando mesmo a chamar “porco” a um dos intervenientes. O autarca comunista admite a O MIRANTE que se “excedeu perante um provocador”, apagou os comentários e afiança não dar muito valor às discussões realizadas nas redes sociais.
Já Filipe Gama, de Alpiarça, o alvo do insulto, mostra-se incrédulo com a situação que classifica de abjecta e reprovável. Tudo aconteceu no fim-de-semana de 27 a 29 de Novembro quando o Partido Comunista Português realizou o seu congresso em Loures. Na página de facebook da agência de notícias Lusa foram publicadas fotos do evento, facto que foi merecendo os mais diversos comentários onde Nuno Libório também participou.
A foto onde a discussão começou mostrava o congressista Francisco Lopes a afirmar que a Covid-19 era um pretexto para “vomitar ódio” contra o partido. Desconhece-se em concreto o que realmente terá incendiado a conversa porque ambas as partes parecem ter apagado comentários: dos mais de 90 que a publicação tinha só restam pouco mais de 20 e sem grande sentido entre si.
De Filipe Gama já não estão presentes os comentários que terão incendiado a conversa nem tão pouco estão já visíveis as respostas de Nuno Libório. Filipe Gama é leitor de O MIRANTE e residia em Alpiarça. Actualmente está a trabalhar em França na área do marketing digital. Garante não ter ideologias políticas e que apenas comentou o assunto por não concordar com a realização do congresso num período delicado de combate à pandemia. “Já tinha visto vários comentários desse senhor ao longo do dia a provocar outras pessoas com linguagem jocosa e decidi ir pesquisar quem era. Foi então que percebi que era vereador em Vila Franca de Xira”, explica.
Foi nesse seguimento que Nuno Libório comentou: “Ó porco, andas a espiolhar a minha vida? Nunca me enganaste. Vai calçar as pantufas, deves estar com frio”. Filipe Gama respondeu a aconselhar calma ao vereador e a perguntar se essa era linguagem que se usasse no espaço digital, ao mesmo tempo que prometia fazer chegar o assunto aos jornais.
“Naturalmente que casos destes têm pouco interesse quando realizados por cidadãos comuns, no entanto quando realizado por figuras políticas penso que deve ser alvo de apreciação, reflexão e denúncia. A intensa onda de intolerância e discurso de ódio presente nas redes sociais é um problema presente”, considera Filipe Gama.